
Imagine a cena: um coração do tamanho de uma noz, batendo desesperadamente contra todas as probabilidades. Foi assim que um bebê, cuja identidade permanece em sigilo, escreveu seu nome na história da medicina brasileira — ou melhor, rasgou o livro de estatísticas com unhas e dentes.
Após uma cirurgia cardíaca de alta complexidade — daquelas que deixam até os cirurgiões mais experientes de cabelo em pé —, o pequeno guerreiro enfrentou nada menos que 22 paradas cardíacas. Vinte e duas vezes em que a linha entre a vida e a morte ficou tão fina quanto um fio de cabelo.
"Cada minuto foi uma eternidade", relata enfermeira
"A gente perdeu as contas das vezes que achamos que era o fim", confessou uma enfermeira da UTI neonatal, que pediu para não ser identificada. O protocolo? Jogado pela janela. "Inventamos coisas na hora — foi como consertar um avião no ar, com peças de lego."
Os médicos suspeitam que uma rara complicação pós-operatória — algo sobre arritmias rebeldes — tenha desencadeado essa montanha-russa de emergências. Mas cá entre nós: até os especialistas ficaram de queixo caído com a teimosia vital desse pequeno.
Tecnologia + Instinto = Milagre
Enquanto os monitores cuspiam alertas vermelhos, a equipe mesclou alta tecnologia com velhos truques da pediatria. "Às 3h da manhã, na 15ª reanimação, eu lembrei de uma técnica que minha avó parteira usava nos anos 60", riu (agora aliviado) o cardiologista-chefe.
- 22 reanimações em menos de 48 horas
- 5 especialidades médicas trabalhando em turnos ininterruptos
- 1 bebê que redefiniu o significado de "força"
E o final feliz? Depois de semanas na UTI — e de fazer crescer vários fios brancos na cabeça da equipe —, o pequeno herói recebeu alta. Hoje, em casa, só carrega no peito uma cicatriz que conta uma história digna de filme.
"A medicina explica 90% disso. Os outros 10%? Só mesmo quem acredita em milagres", arremata a mãe, entre lágrimas e sorrisos. E você, acredita?