Parece que os relógios da moda deram uma volta completa — e não no bom sentido. Depois de uma década que parecia finalmente abraçar corpos diversos, as passarelas e redes sociais estão novamente obcecadas com a magreza extrema. E olha, não é só impressão: as estatísticas mostram um aumento alarmante de buscas por "dietas radicais" e o reaparecimento de modelos com IMC abaixo do saudável.
O preço da silhueta esquelética
"É um retrocesso perigoso", dispara a Dra. Ana Lúcia Mendes, nutricionista com 15 anos de experiência em transtornos alimentares. Segundo ela, só neste mês, seu consultório recebeu três adolescentes com complicações por dietas restritivas — todas citando "influenciadoras digitais" como inspiração. Preocupante, não?
Os números assustam:
- +47% nas internações por anorexia na faixa dos 15-24 anos (comparado a 2022)
- 62% das modelos em semanas de moda internacionais estão abaixo do peso ideal
- 8 em 10 posts sobre "corpo perfeito" promovem a magreza extrema
Por que isso voltou agora?
Especialistas em comportamento apontam uma combinação tóxica: nostalgia dos anos 2000 (sim, aquela era das "size zero") com algoritmos que premiam conteúdos extremos. "As plataformas digitais criam bolhas onde só existe um tipo de corpo", critica o psicólogo Marcos Ribeiro.
E não é só sobre saúde física. A pressão por um padrão inatingível — especialmente para mulheres — está relacionada com:
- Aumento de casos de depressão e ansiedade
- Queda na autoestima entre adolescentes
- Gastos absurdos com produtos "milagrosos"
Mas calma, nem tudo está perdido! Movimentos como o body positive continuam ganhando força nas bases, mesmo que menos visíveis no mainstream. E algumas marcas — ainda que poucas — resistem à tendência, mantendo diversidade em seus catálogos.
O que você acha? Voltar aos padrões do passado é mesmo evolução? A discussão está aberta, mas uma coisa é certa: saúde nunca deveria sair de moda.
