Glúten: vilão ou mocinho? Descubra quem realmente precisa evitá-lo
Glúten: vilão ou exagero? Saiba quem deve evitar

Parece que todo mundo hoje em dia conhece alguém que cortou o glúten da dieta. Virou moda, quase um estilo de vida. Mas será que essa proteína — presente no trigo, centeio e cevada — é mesmo a vilã que pintam?

Pra começo de conversa: não. Pelo menos não pra todo mundo. A verdade é que só duas condições médicas justificam a exclusão total do glúten: a doença celíaca (que afeta cerca de 1% da população) e a sensibilidade não celíaca ao glúten (que pode atingir até 6%). Fora isso? Pura balela.

O que a ciência diz

Estudos recentes mostram que a dieta sem glúten pode até fazer mal pra quem não tem diagnóstico comprovado. Como assim? Simples: muitos produtos "gluten free" são cheios de açúcares e gorduras pra compensar a textura. Resultado? Mais calorias, menos nutrientes.

E tem mais — cortar o glúten sem necessidade pode:

  • Reduzir a diversidade da microbiota intestinal (aqueles bichinhos bons que vivem no seu intestino)
  • Diminuir o consumo de fibras importantes
  • Até aumentar o risco de diabetes tipo 2, pasme!

E os benefícios que todo mundo fala?

Ah, essa é boa. Quem corta o glúten e se sente melhor muitas vezes tá experimentando o chamado "efeito placebo da dieta". Ou então — e isso é importante — estava consumindo muitos alimentos ultraprocessados cheios de glúten (como biscoitos recheados) e, ao cortar, naturalmente melhorou a alimentação.

Não é o glúten, gente. É o pacote completo da junk food.

Quando realmente vale a pena evitar

Se você tem:

  1. Diarreia crônica ou prisão de ventre constante
  2. Dores abdominais frequentes
  3. Perda de peso inexplicável
  4. Anemia que não melhora com tratamento

...aí sim, vale a pena investigar com um gastroenterologista. Mas não saia cortando glúten por conta própria — os exames pra diagnosticar celíaco precisam que você ainda esteja consumindo a proteína.

No fim das contas? Glúten não é vilão pra maioria das pessoas. A não ser, claro, que você seja celíaco — aí a história é outra. Mas isso é papo pra outro dia.