
Não foi o começo de vida que imaginavam. No lugar da alegria, só restou o desespero. A família Silva* — sim, vamos proteger seus nomes — viveu um pesadelo na Maternidade Referência de Salvador, e agora cobra respostas. A história? Uma sequência de erros que beira o inacreditável.
"Ela gritava por ajuda, e ninguém vinha", conta o pai, ainda com a voz embargada. O parto, que deveria ser rotineiro, transformou-se em uma sucessão de intervenções tardias. Horas críticas sem a devida assistência. Quando finalmente agiram, já era quase tarde demais.
O que deu errado?
Segundo relatos, quatro falhas graves teriam marcado o atendimento:
- Demora no diagnóstico de complicações
- Falta de monitoramento adequado
- Equipe despreparada para emergências
- E o pior: tentativa de ocultar os fatos depois
"Me senti como se estivéssemos invisíveis", desabafa a mãe. O bebê, felizmente sobreviveu — mas com sequelas que poderiam ter sido evitadas. E aqui vem a pergunta que não quer calar: até quando casos assim seguirão sendo "normalidade" na saúde pública?
O outro lado
A Secretaria de Saúde da Bahia — sempre ela — limitou-se ao velho "vamos apurar". Enquanto isso, a maternidade segue funcionando como se nada tivesse acontecido. Conveniente, não?
Juridicamente, a família já move ação por danos morais. Mas dinheiro não devolve a saúde perdida. O que querem? Que ninguém mais passe pelo mesmo inferno.
*Nomes alterados para preservar identidades