Censo revela: 96 crianças e adolescentes vivem em união conjugal em Campinas
96 crianças em união conjugal em Campinas

Um levantamento recente do IBGE trouxe à tona uma realidade alarmante na região de Campinas: 96 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos se declararam vivendo em união conjugal durante o Censo de 2022. Os dados, que compreendem tanto uniões formais quanto informais, acendem um sinal de alerta sobre a proteção dos direitos infantis na região.

Os números que preocupam

De acordo com as estatísticas divulgadas, a situação em Campinas reflete um cenário nacional igualmente preocupante. Em todo o Brasil, quase 30 mil meninas e meninos na mesma faixa etária encontram-se em uniões conjugais. A disparidade de gênero é evidente: 87% dos casos envolvem meninas, totalizando 26,1 mil em todo o país.

Uma realidade nacional

Os dados do IBGE revelam que essa não é uma realidade isolada de Campinas. Em comparação com outros municípios da região metropolitana, a situação se repete:

  • Sumaré: 26 casos registrados
  • Hortolândia: 23 crianças e adolescentes na mesma situação
  • Indaiatuba: 18 casos identificados
  • Americana: 15 registros

O que dizem os especialistas

Especialistas em direitos da criança e do adolescente alertam que essas uniões, mesmo que informais, configuram casamento infantil - uma prática reconhecida internacionalmente como violação dos direitos humanos. A situação é particularmente preocupante porque:

  1. Interrompe o desenvolvimento educacional
  2. Limita oportunidades futuras
  3. Aumenta a vulnerabilidade social
  4. Pode envolver relações com grandes diferenças de idade

Contexto legal e social

Vale destacar que, desde 2019, o casamento de menores de 16 anos é proibido no Brasil, independentemente da autorização dos pais. A legislação representa um avanço na proteção de crianças e adolescentes, mas os dados do censo mostram que a realidade ainda precisa de mais atenção e políticas públicas eficazes.

Os números servem como um importante termômetro para gestores públicos e organizações da sociedade civil, indicando a necessidade de medidas preventivas e de conscientização mais efetivas na região de Campinas e em todo o país.