Paes critica possível flexibilização de voos no Santos Dumont e alerta para risco ao Galeão
Paes critica possível mudança em regras de voos no Santos Dumont

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), se manifestou publicamente contra uma possível mudança nas regras que controlam o número de voos no Aeroporto Santos Dumont. Em uma publicação nas redes sociais feita no domingo (21), o gestor municipal classificou a iniciativa como "inacreditável" e um "absurdo".

Movimentação na ANAC gera polêmica

Paes afirmou que existe um movimento dentro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para flexibilizar a política federal que restringe a operação do terminal localizado na Zona Sul da cidade. O objetivo original da limitação era fortalecer o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, como o principal hub aéreo do estado.

Em sua crítica, o prefeito publicou o que disse ser um documento da Anac, datado de quarta-feira (17), que convocava as companhias aéreas para uma reunião de última hora para comunicar a alteração. "E o mais grave: se baseando em parâmetros do acordo realizado no TCU - cuja decisão foi justamente para criar mecanismos de preservar a política pública que salvou e fortaleceu o Galeão!", escreveu Paes em sua rede social.

Recuperação do Galeão em jogo, afirma prefeito

Eduardo Paes foi enfático ao defender que a política de restrição de voos no Santos Dumont foi um fator crucial para a retomada do Galeão nos últimos dois anos. Ele apresentou dados para embasar sua argumentação:

  • O número de passageiros no Galeão saltou de aproximadamente 8 milhões em 2023 para uma projeção de 17 milhões em 2025.
  • O fluxo de turistas internacionais no aeroporto já teria superado a marca de 2 milhões neste ano.

O prefeito afirmou que a possível medida da Anac atende a "interesses no mínimo estranhos" e colocaria em risco a recuperação de um equipamento considerado estratégico para o desenvolvimento do Rio e do país.

Apelo à esfera federal

Ao final de sua manifestação, Eduardo Paes disse confiar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, não permitirão mudanças que possam prejudicar o Galeão. O g1 entrou em contato com a Anac para obter um posicionamento sobre as críticas do prefeito e a possível revisão das regras, mas ainda aguarda retorno.

A polêmica ressurge em um momento de redefinição das rotas aéreas na capital fluminense e acende o debate sobre o equilíbrio entre a operação dos dois principais aeroportos da cidade.