
Não é de hoje que o Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) enfrenta cobranças por sua atuação — ou melhor, pela falta dela. A morosidade nos processos virou uma pedra no sapato de quem depende da justiça para resolver questões urgentes. E olha que não estamos falando de burocracia comum, daquelas que todo mundo já espera. É algo que beira o absurdo.
Imagine só: processos que deveriam ser resolvidos em meses se arrastam por anos. E não são casos qualqueras — envolvem desde crimes graves até questões que impactam diretamente a vida de famílias inteiras. "É como se jogassem os papéis num buraco negro", desabafa um advogado que prefere não se identificar. Ele não está exagerando.
O que dizem os números?
Dados internos mostram que o acúmulo de processos no MP-ES chega a níveis alarmantes. Só no primeiro semestre deste ano, mais de 2 mil novos casos entraram no sistema — e a velocidade de resolução não acompanha. Resultado? Uma fila que só aumenta, deixando vítimas e réus numa angústia sem fim.
As causas? Várias, mas três se destacam:
- Falta de pessoal: o número de promotores não cresce na mesma proporção da demanda
- Tecnologia defasada: sistemas antigos travam mais do que ajudam
- Excesso de burocracia: cada processo precisa passar por tantas mãos que fica difícil acompanhar
Não é à toa que a população está perdendo a paciência. "A gente fica se perguntando se vale a pena denunciar", comenta uma moradora de Vitória que espera há 18 meses por uma solução. Ela não está sozinha nesse sentimento.
E as consequências?
Quando a justiça demora, todo mundo perde. Vítimas ficam sem reparação, testemunhas esquecem detalhes importantes, e — pior — criminosos podem sair impunes por prescrição. É um ciclo vicioso que alimenta a descrença nas instituições.
O MP-ES promete melhorias, mas até agora são só promessas. Enquanto isso, os processos continuam empilhando, e a população... Bem, a população segue esperando. Será que 2025 será o ano da virada? Difícil acreditar, mas torcemos para que sim.