O plenário da Câmara esquentou nesta quarta-feira — e não foi por causa do ar-condicionado quebrado. Marcos Pereira (Republicanos-SP), vice-presidente da Casa, soltou o verbo contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, numa fala que misturou indignação com pitadas de sarcasmo político.
"Quando um ministro acha que pode passar por cima do Congresso como se fosse tapete de aeroporto, temos um problema sério", disparou o parlamentar, referindo-se à recente decisão de Moraes que, segundo ele, "atropelou" a autonomia legislativa. O clima? Mais tenso que fila de lotérica no dia do sorteio.
O cerne da polêmica
O estopim foi uma medida do STF que interferiu diretamente em projeto de lei em tramitação — algo que Pereira classificou como "invasão de terreno alheio". Entre os deputados, o burburinho crescia como onda em mar revolto:
- Uns batiam palmas de pé
- Outros torciam o nariz
- E tinha aqueles que só observavam, calculando os impactos nas próximas votações
Numa metáfora que deixou até os assessores mais sisudos sorrindo, o vice-presidente comparou a situação a "um juiz de futebol querendo marcar gol enquanto apita o jogo". A plateia riu, mas a crítica era afiada como navalha.
Os números da discórdia
Segundo levantamento apresentado por Pereira, nos últimos dois anos o STF teria "invadido" a competência legislativa em pelo menos 14 ocasiões — número que ele considera "assustador como filme de terror político". Detalhe: em 11 desses casos, Moraes estava envolvido diretamente.
"Não se trata de atacar o ministro pessoalmente", ponderou o deputado, antes de completar com voz grave: "Mas quando o equilíbrio entre os Poderes vira piada de mau gosto, alguém precisa botar o dedo na ferida".
Reações em cadeia
Enquanto isso, nos corredores do Congresso:
- A ala governista tentava apaziguar os ânimos
- Oposicionistas aproveitavam para atiçar a crise
- Juristas dividiam-se em análises técnicas
Um senador veterano, que pediu para não ser identificado, resumiu o clima com uma frase curta e grossa: "Isso aqui tá parecendo briga de torcida organizada, só falta começar a voar cadeira".
Já nas redes sociais, o assunto explodiu como pipoca em óleo quente. De um lado, os defensores do STF argumentando sobre a necessidade de controle de constitucionalidade. Do outro, os críticos falando em "judicialização da política" — expressão que virou trending topic em tempo recorde.
O que vem por aí?
Especialistas ouvidos nos bastidores antecipam que o conflito pode escalar para:
- Novos embates públicos entre Legislativo e Judiciário
- Possível reação do STF contra "desacato"
- Pressão por reformas institucionais
Enquanto isso, Moraes segue impávido — ou seria indiferente? — às críticas. Já Pereira promete levar o debate "até as últimas consequências". O certo é que Brasília ganhou mais um capítulo da novela "Poderes em Guerra", que parece longe de ter um final feliz.
