Lula Desdenha de Fux: 'Se o Ministro Não Quiser as Provas, Problema Dele' em Caso que Abala o STF
Lura a Fux: 'Se não quiser provas, problema é dele'

O clima em Brasília? Tenso, pra dizer o mínimo. E o presidente Lula soltou uma daquelas frases que ecoam pelos corredores do poder, misturando ironia fina com uma pitada de desafio. A questão central são as investigações que envolvem Carlos Bolsonaro e a Abin, e o ministro Luiz Fux entrou no olho do furacao.

Numa conversa com jornalistas neste domingo (4), Lula não ficou com meias palavras. Quando perguntado sobre a fala de Fux — que, segundo ele, teria dito não precisar de mais provas para analisar o caso — a resposta foi um misto de exasperação e deboche. "Se o ministro Fux não quiser as provas, o problema é dele, não meu", disparou o presidente, com aquele jeito característico de quem já viu de tudo.

O X da Questão: As Tais Provas

O cerne da treta toda é um relatório do Ministério da Justiça, encaminhado ao STF, que aponta um suposto esquema de espionagem política durante o governo anterior. A Polícia Federal já deu o aval, dizendo que o documento é sólido. Mas eis que Fux, relator do caso, solta que não vê necessidade de mais elementos para julgar. Algo, convenhamos, no mínimo curioso.

Lula, claro, não perdeu a chance de destacar a contradição. "Eu não soube ainda o que o ministro Fux disse, mas se ele disse que não precisa de provas, ele está em contradição com o que a gente sempre ouviu dele", observou, com a sagacidade de quem conhece o jogo há décadas. Uma jabuticaba jurídica? Só pode ser.

O Silêncio que Grita

E não para por aí. O presidente ainda cutucou a ferida ao lembrar que, quando era réu, o mesmo Fux pedia — e como pedia — provas robustas. A virada de mesa é, no mínimo, para levantar sobrancelhas. "Quando eu era réu, ele pedia todas as provas possíveis e imagináveis", ressaltou Lula, num tom que misturava indignação e resignação.

O que se vê agora é um imbróglio que vai muito além de um simples desentendimento. É o tipo de caso que mexe com os alicerces das instituições, levantando debates sobre impartialidade, poder e a sempre delicada relação entre os Três Poderes. E no centro disso tudo, um presidente que parece cansado de rodeios e um ministro sob os holofotes.

Para onde isso vai? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: o Brasil não perde um capítulo dessa novela.