Fachin no STF: O gesto histórico que emocionou defensores públicos e promete mudar a Justiça brasileira
Fachin no STF: gesto histórico emociona defensores

Era um daqueles dias que ficam marcados na memória institucional. Brasília, com seu céu azul característico, testemunhava mais uma posse no Supremo. Mas essa seria diferente. Bastaram alguns minutos para percebermos que não seria um evento protocolar qualquer.

Edson Fachin, o novo ministro, fez algo que simplesmente não se vê por ali. Algo que, francamente, pegou todo mundo de surpresa. Num gesto que misturava simbologia política e humanidade genuína, ele dedicou parte expressiva do seu discurso justamente aos defensores públicos.

Um reconhecimento que vem do berço

O que mais impressiona — e aqui falo com certa emoção — é que Fachin não apenas mencionou a Defensoria. Ele foi além, muito além. O ministro destacou o trabalho desses profissionais como essencial para a democracia, algo que, convenhamos, raramente ouvimos em discursos oficiais do Judiciário.

Não foi um aceno rápido, daqueles que passam despercebidos. Foi um reconhecimento profundo, quase íntimo, que parecia vir das convicções mais arraigadas do jurista. Alguém ali, finalmente, entendia a importância desses guerreiros do direito que lutam pelos que não podem pagar um advogado.

O que dizem os defensores

Conversando com alguns defensores depois da cerimônia, dava para ver nos olhos deles uma mistura de incredulidade e esperança. "Nunca vi nada parecido", me disse um deles, com a voz um pouco embargada. "É como se finalmente alguém lá em cima nos visse."

Outro foi mais direto: "Isso aqui muda tudo. Quando um ministro do STF fala com essa clareza sobre nosso papel, ele está mandando um recado para todo o sistema de Justiça."

E sabe o que é mais interessante? Fachin não parou no discurso. Ele foi específico, citou números, falou sobre a realidade dura que os defensores enfrentam diariamente. Demonstrou um conhecimento de causa que vai muito além do superficial.

Um sopro de ar fresco no Plenário

O Supremo, vamos combinar, anda precisando de gestos assim. Depois de tantos anos vendo certos temas serem tratados com distanciamento excessivo, ter um ministro que chega falando em acesso à Justiça para todos — e não apenas como conceito abstrato — é revigorante.

Parece que finalmente teremos alguém que entende que a Constituição não é apenas um documento, mas uma promessa de sociedade mais justa. E os defensores públicos são, nas palavras do próprio Fachin, os guardiões dessa promessa.

O que esperar daqui para frente

Obviamente, um discurso não muda a realidade da noite para o dia. Os desafios continuam enormes — falta de estrutura, excesso de processos, recursos escassos. Mas quando a mais alta corte do país sinaliza reconhecimento, algo fundamental muda.

Muda a percepção. Muda a autoestima da categoria. E, quem sabe, possa mudar também as políticas públicas direcionadas à Defensoria.

Fachin deu um passo importante. Agora, o que importa é como ele seguirá caminhando. Pelas reações que vi, os defensores públicos — e tantos outros que lutam por justiça social — estarão acompanhando cada movimento.

Como diria um velho professor meu: "As palavras iniciam, mas apenas as ações consolidam." O ministro começou bem. Muito bem, diga-se de passagem. Resta saber como continuará.