Câmara Aprova Coleta de DNA em Audiência de Custódia e Facilita Prisão Preventiva | Medida Polêmica Avança
Câmara aprova coleta de DNA em custódia e mais prisão preventiva

Em uma votação que promete gerar intensos debates jurídicos, a Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (21) um projeto que altera significativamente as regras do sistema de justiça criminal brasileiro.

Coleta obrigatória de material genético

A medida mais polêmica do texto determina a coleta obrigatória de material genético durante as audiências de custódia. Essa coleta será realizada por meio de swab bucal (cotonete na boca) e destinada ao arquivamento no banco de perfis genéticos mantido pela Polícia Federal.

Ampliação da prisão preventiva

O projeto também amplia as possibilidades de decretação de prisão preventiva, incluindo novas situações onde a medida pode ser aplicada. Entre os critérios adicionados estão:

  • Risco de reiteração criminal
  • Proteção da vítima ou testemunhas
  • Garantia da ordem pública
  • Dificuldade de identificação do acusado

Impacto no sistema de justiça

Os defensores da proposta argumentam que essas mudanças representam um avanço crucial no combate à impunidade e na modernização das investigações criminais. A criação de um banco de dados genéticos mais abrangente poderia ajudar a resolver crimes antigos e identificar autores reincidentes.

Por outro lado, críticos alertam para possíveis violações de direitos fundamentais e questionam a constitucionalidade da coleta obrigatória de DNA, especialmente considerando que muitas pessoas em audiência de custódia ainda não foram condenadas.

Próximos passos

O projeto segue agora para análise do Senado Federal, onde deverá enfrentar intenso debate entre parlamentares e especialistas em direito penal. A expectativa é que a matéria seja discutida com profundidade antes de qualquer decisão final.

Enquanto isso, organizações de direitos humanos e entidades do sistema de justiça já se preparam para apresentar emendas e contribuições ao texto, buscando equilibrar os interesses da segurança pública com a proteção das garantias individuais.