O núcleo mais próximo de Jair Bolsonaro depositou suas últimas esperanças na ação do ex-presidente americano Donald Trump contra a Venezuela, após o fracasso das sanções anteriores em alterar a situação jurídica do ex-mandatário brasileiro.
As expectativas iniciais
Desde o final de 2024, aliados de Bolsonaro já projetavam que entre as primeiras iniciativas de Trump em seu segundo mandato estariam punições a magistrados brasileiros. O objetivo seria frear as investigações sobre a trama golpista que envolvia o ex-presidente.
Naquele momento, as expectativas de cancelamento de vistos e sanções financeiras pareciam distantes da realidade. Porém, meses depois, Trump cumpriu o que era esperado pelos bolsonaristas.
As sanções que não mudaram o curso
O presidente americano impôs a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, além de determinar o cancelamento do visto de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal. Ainda houve a aplicação de um aumento tarifário de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil.
Essas ações, contudo, não foram suficientes para mudar a situação de Bolsonaro e seus auxiliares mais próximos, que hoje estão presos e condenados a longas penas na prisão.
A nova esperança venezuelana
Diante das ruas esvaziadas e a confirmação da prisão de Bolsonaro, a escalada da tensão entre Estados Unidos e Venezuela surge como a última boia de salvação para o bolsonarismo.
Aliados e filhos do ex-presidente espalham que a crise venezuelana pode provocar efeitos no Brasil. Desde agosto de 2025, a tropa militar americana foi reforçada no Caribe, em região próxima à costa venezuelana.
O Departamento de Estado americano classificou o Cartel de Los Soles como organização terrorista, facção venezuelana que, segundo os EUA, é liderada pelo presidente Nicolás Maduro. A medida, na visão de Trump, abriria caminho para que alvos ligados a Maduro sejam atacados.
Para os aliados de Bolsonaro, essa classificação seria a senha para que o presidente americano implemente uma ofensiva para destituir o ditador venezuelano. Eles acreditam que isso provocaria uma hecatombe também no Brasil, considerando que o presidente Lula sempre foi um parceiro fiel de Maduro.
Enquanto isso, dezenas de embarcações venezuelanas já foram bombardeadas pelos americanos sob o argumento de estarem transportando drogas, intensificando ainda mais o conflito na região.