A tão propalada "aliança especial" entre Jair Bolsonaro e Donald Trump chegou ao fim de maneira abrupta e reveladora. O ex-presidente americano, que outrora chamava Bolsonaro de "homem fantástico", agora se distanciou completamente do brasileiro, deixando claro que a relação era muito mais estratégica do que ideológica.
O Custo da Proximidade com Trump
A obsessão de Bolsonaro por se alinhar a Trump teve consequências graves para os interesses nacionais brasileiros. Durante anos, o governo brasileiro:
- Desprezou relações comerciais fundamentais com a China
- Alienou parceiros tradicionais na Europa
- Adotou posturas ideológicas em detrimento de interesses econômicos
- Perdeu oportunidades de investimento internacional
O resultado foi um isolamento diplomático sem precedentes na história recente do Brasil, com o país perdendo espaço em fóruns internacionais e acordos comerciais vantajosos.
Trump Segue em Frente, Bolsonaro Fica Para Trás
Enquanto Trump mantém sua influência no Partido Republicano e se prepara para uma nova tentativa presidencial, Bolsonaro enfrenta investigações jurídicas e perda de relevância política. A assimetria da relação ficou evidente: para Trump, Bolsonaro era apenas mais um aliado temporário; para Bolsonaro, Trump representava seu principal suporte internacional.
As Consequências para o Brasil
O alinhamento automático com os Estados Unidos de Trump deixou marcas profundas na política externa brasileira:
- Dependência excessiva de um único parceiro comercial e político
- Deterioração das relações com países asiáticos e europeus
- Perda de credibilidade como ator global independente
- Oportunidades econômicas desperdiçadas em meio à pandemia
A lição que fica é clara: na política internacional, alianças baseadas puramente em afinidades ideológicas pessoais raramente sobrevivem aos interesses nacionais de longo prazo.
Um Novo Capítulo nas Relações Brasil-EUA
Com Joe Biden na presidência americana e Trump distante de Bolsonaro, abre-se a oportunidade para que o Brasil reconstrua sua política externa de forma mais pragmática e diversificada. O desafio será superar os estragos causados por anos de alinhamento quase incondicional a uma potência estrangeira.
O episódio serve como alerta para futuros governantes: a diplomacia brasileira deve sempre priorizar os interesses nacionais, não simpatias pessoais ou agendas ideológicas.