Uma operação secreta dos Estados Unidos para recrutar o piloto do avião presidencial venezuelano como informante foi revelada nesta semana, expondo mais um capítulo na tensão geopolítica entre Washington e Caracas.
O Plano para Interceptar Maduro
De acordo com informações da agência de notícias Associated Press, autoridades norte-americanas teriam feito contato com o comandante da aeronave que transporta o presidente Nicolás Maduro, propondo que ele colaborasse com os EUA durante um voo internacional.
A proposta incluía a possibilidade de o piloto desviar a rota do avião presidencial, permitindo que Maduro fosse interceptado por forças internacionais. A tentativa de recrutamento ocorreu em meio aos esforços contínuos dos Estados Unidos para aumentar a pressão sobre o governo venezuelano.
Reação Imediata do Governo Venezuelano
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, não perdeu tempo em responder às acusações. Em declarações contundentes, ele classificou o episódio como "uma violação flagrante do direito internacional" e "um ato de pirataria aérea".
Gil afirmou que a tentativa de recrutamento demonstra "os métodos desesperados que o governo dos EUA está disposto a usar" contra a Venezuela, reforçando o discurso oficial de que o país sofre constantes ameaças à sua soberania.
Contexto das Tensões Bilaterais
As relações entre Estados Unidos e Venezuela permanecem extremamente tensas há anos, com Washington impondo sanções econômicas severas contra Caracas e reconhecendo o líder opositor Juan Guaidó como presidente legítimo em 2019.
Esta nova revelação surge em um momento particularmente delicado, quando:
- As sanções econômicas contra a Venezuela continuam em vigor
- O governo Maduro enfrenta desafios internos crescentes
- Eleições legislativas se aproximam no país
- A crise migratória venezuelana permanece como ponto de atenção internacional
Precedentes Perigosos
Esta não é a primeira vez que surgem alegações de tentativas de captura ou remoção forçada de Maduro. Em 2020, houve a revelação de uma operação envolvendo mercenários que planejavam invadir a Venezuela para capturar o presidente.
A tentativa de recrutar um piloto presidencial representa uma escalada significativa nas táticas, pois envolveria alguém com acesso direto e constante ao líder venezuelano durante suas viagens internacionais.
Especialistas em direito internacional alertam que tal ação, se comprovada, configuraria uma violação grave das convenções diplomáticas e da soberania nacional, criando um precedente perigoso nas relações entre estados.