
O governo do controverso presidente argentino Javier Milei sofreu um duro golpe político nesta terça-feira (22) com a renúncia da ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino. A saída da chanceler ocorre após menos de um ano no cargo e representa mais uma turbulência na já conturbada gestão do líder libertário.
Uma saída que abala o Palácio San Martín
Diana Mondino, uma das figuras mais emblemáticas do governo Milei, entregou oficialmente sua carta de renúncia ao presidente durante um encontro na Casa Rosada. A economista de 65 anos era considerada uma das vozes mais moderadas dentro do Executivo argentino e sua partida deixa um vazio significativo na equipe ministerial.
"A renúncia de Mondino chega em um momento crucial para a política externa argentina", analisam especialistas. "Ela era peça fundamental nas negociações internacionais em um governo conhecido por seu tom agressivo e postura confrontadora."
O legado de uma chanceler atípica
Durante seus meses à frente do Ministério das Relações Exteriores, Mondino protagonizou momentos marcantes:
- Defesa da "diplomacia da prosperidade" como alternativa ao tradicional alinhamento regional
- Condução das tensas relações com o Brasil em meio às críticas de Milei ao governo Lula
- Implementação da política de aproximação com os Estados Unidos e países europeus
- Gestão da crise diplomática com a Espanha após declarações polêmicas do presidente argentino
Rumores e especulações sobre os motivos da saída
Embora o governo não tenha divulgado oficialmente os motivos da renúncia, fontes próximas ao Palácio San Martín sugerem que diferenças estratégicas sobre o rumo da política externa argentina teriam levado ao rompimento. Especula-se também sobre possíveis atritos com outros membros do governo, mais alinhados à linha dura do presidente.
O timing da decisão é particularmente significativo, ocorrendo pouco antes de importantes reuniões internacionais que definirão os rumos comerciais da Argentina nos próximos anos.
O que esperar do pós-Mondino?
A saída da chanceler levanta questões cruciais para o futuro do governo Milei:
- Quem assumirá o comando da chancelaria argentina? Os nomes cogitados incluem figuras mais próximas ao ideário libertário radical
- Como ficarão as relações com países vizinhos? Especialmente com o Brasil, principal parceiro comercial
- Haverá uma guinada ainda mais radical na política externa argentina?
- Esta renúncia abre espaço para mais mudanças no gabinete ministerial?
Enquanto a equipe de Milei se prepara para anunciar o substituto, os mercados acompanham com atenção os desdobramentos dessa crise política. A cotação do peso argentino e as ações de empresas com forte atuação internacional no país podem sentir os efeitos dessa mudança.
Uma coisa é certa: a renúncia de Diana Mondino marca o fim de um capítulo e o início de uma nova fase incerta no já turbulento governo do presidente Javier Milei.