
Numa jogada que mistura urgência com simbolismo, cinco ex-chefes de Estado — incluindo o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva — colocaram suas canetas para trabalhar num texto que é quase um SOS pela democracia. A coisa tá feia, e eles sabem.
Publicado nesta segunda-feira (20), o artigo — assinado também por Michelle Bachelet (Chile), Ernesto Samper (Colômbia), José Mujica (Uruguai) e Fernando Lugo (Paraguai) — não usa meias palavras: "Temos o dever de agir", afirmam, como quem bate na mesa durante um jantar importante.
O que está em jogo?
Os ex-presidentes — todos com cicatrizes políticas para mostrar — desenham um cenário preocupante: polarização que vira ódio, fake news que viram armas, instituições sob ataque. "Não são desafios de um país só", ressaltam, num tom que alterna entre o professoral e o desesperado.
E aqui vai o pulo do gato: eles não ficam só no diagnóstico. O texto avança para o "como" com propostas concretas:
- Fortalecimento dos sistemas eleitorais (sem falar em urnas eletrônicas, mas a mensagem chega)
- Combate à desinformação com transparência radical
- Proteção a jornalistas e defensores de direitos humanos
Numa sacada inteligente, o grupo — que soma décadas no poder — admite erros do passado: "Aprendemos que a democracia exige mais que eleições". É raro ver políticos falando em curva de aprendizado, não?
O fator Lula
O brasileiro, que viveu na pele um ataque às instituições democráticas, aparece não como estrela, mas como parte de um coro. Ainda assim, sua assinatura ali é significativa — especialmente quando o governo atual brasileiro enfrenta críticas por supostos flertes com autoritarismo.
"Democracia não é um dado adquirido", dispara um trecho que parece ecoar o famoso "nunca antes na história deste país", mas com tom de alerta vermelho. O artigo chega num momento delicado, com eleições importantes pipocando pelo globo e populismos ganhando fôlego.
E você, acha que esse tipo de manifesto faz diferença ou é só letra morta? A resposta, como tudo na política, provavelmente está no meio-termo — entre a esperança e o ceticismo.