
O Brasil tá de olho grande no tabuleiro global do comércio, mas não quer jogar xadrez com peças de dominó. Quem avisa é um ex-embaixador que conhece como poucos os bastidores da diplomacia econômica.
Num mundo onde cada tweet presidencial vira um terremoto nas relações internacionais, o país parece estar seguindo uma cartilha diferente: expandir sem confrontar. Enquanto o governo Trump sacode o mercado com tarifas e ameaças, o Brasil prefere abrir novas frentes na Europa e Ásia.
Jogo de cintura diplomática
"Não se responde a um soco com outro soco", diz o ex-embaixador, que pediu para não ser identificado diretamente. A estratégia? Fortalecer os laços com a União Europeia - aquela velha paixão que nunca decolou de verdade - e explorar mercados asiáticos além da China.
Os números mostram que a aposta tá dando certo, pelo menos em parte:
- Exportações para a UE subiram 12% no último trimestre
- Acordos com Vietnã e Indonésia estão na fase final de negociação
- Setor agrícola brasileiro diversificou compradores como nunca
Mas não é tudo flores. Alguns analistas reclamam que o governo tá sendo "bonzinho demais" com as políticas protecionistas americanas. "Tem hora que tem que mostrar os dentes", diz um economista do setor privado que preferiu o anonimato.
O elefante na sala
A relação Brasil-EUA tá mais complicada que novela das nove. De um lado, o governo brasileiro evita atritos diretos. De outro, setores industriais pressionam por medidas mais duras contra as barreiras americanas.
"É como dançar tango com um parceiro que só sabe breakdance", brinca o ex-diplomata. A saída? Focar nas oportunidades enquanto a tempestade passa - ou pelo menos até as próximas eleições americanas.
Enquanto isso, os empresários brasileiros parecem ter entendido o recado. Muitos já estão reorientando suas estratégias, buscando certificações internacionais e adaptando produtos para mercados mais exigentes. Afinal, em tempos de guerra comercial, o melhor escudo é a diversificação.