
Numa daquelas reviravoltas que só a política brasileira sabe produzir, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, soltou o verbo sobre as alterações na lei de licenciamento ambiental. "Está decepada", disparou, sem papas na língua. E olha que ela nem é do tipo que exagera — quando fala, é porque a coisa tá feia mesmo.
O governo, por sua vez, parece estar com a faca e o queijo na mão. Fontes próximas ao Planalto revelam que há um veto presidencial sendo amadurecido com carinho. Mas não é qualquer veto — seria aquele tipo de canetada que deixa todo mundo em suspense, cortando só o que realmente incomoda.
O que está em jogo?
Pra quem não tá acompanhando essa novela (e olha que tá melhor que muita série por aí), o cerne da briga é simples:
- O texto original, que vinha sendo costurado há meses, sofreu mutilações significativas
- Propostas consideradas essenciais pela equipe ambiental foram deixadas de lado
- Setores econômicos conseguiram emplacar flexibilizações polêmicas
Marina, que normalmente mede cada palavra como quem conta grão de arroz, não disfarçou a decepção. "Quando você tira o coração de uma proposta, o que sobra é só casca", filosofou, num daqueles momentos em que a política vira poesia triste.
E agora, José?
O Planalto tá num daqueles dilemas: agradar aos ambientalistas ou não criar atritos com a base aliada? Enquanto isso, os assessores vivem dias de cão, tentando achar um meio-termo que não deixe ninguém totalmente feliz — porque, convenhamos, quando todo mundo sai meio insatisfeito, é sinal que o acordo tá bom.
Nos bastidores, correm rumores de que o veto pode ser parcial, mirando especificamente os pontos mais sensíveis. Mas tem um detalhe: se for muito recortado, pode acabar virando um "frankenstein" legislativo — aquela coisa que ninguém entende direito como funciona.
Enquanto a decisão não vem, o meio ambiente fica nesse limbo. E Marina? Bem, ela segue fazendo o que sempre fez: falando verdades que doem, mas com a elegância de quem sabe que, na política, às vezes é preciso perder algumas batalhas para vencer a guerra.