Lagoa da Pampulha em Crise: Água Verde, Fraudes e Projeto de Passeios de Barco Sob Investigação
Lagoa da Pampulha: água verde, fraudes e barcos

A Lagoa da Pampulha, um dos cartões-postais mais icônicos de Belo Horizonte, enfrenta uma crise multifacetada que envolve desde a qualidade da água até suspeitas de irregularidades em contratos públicos. A situação tem mobilizado órgãos de controle e gerado preocupação entre a população.

Água Esverdeada: Beleza ou Preocupação Ambiental?

Nos últimos dias, a coloração esverdeada das águas da lagoa chamou a atenção de moradores e visitantes. Especialistas alertam que essa alteração pode indicar a presença de cianobactérias, microorganismos que, em excesso, podem liberar toxinas prejudiciais à saúde humana e à fauna local.

O fenmeno não é novo, mas sua intensificação recente reacendeu o debate sobre a qualidade ambiental do local, que já foi palco de competições esportivas internacionais durante as Olimpíadas do Rio 2016.

Fraudes em Contratos de Limpeza Sob Investigação

Enquanto a aparência da água preocupa, nos bastidores a situação é ainda mais complexa. O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) identificou indícios de fraudes em contratos de limpeza e manutenção da lagoa.

Entre as irregularidades apontadas estão:

  • Superfaturamento nos valores dos serviços
  • Falta de comprovação da execução dos trabalhos
  • Pagamentos por serviços não realizados
  • Falhas no processo licitatório

As empresas envolvidas já foram notificadas e podem sofrer penalidades, incluindo a suspensão de pagamentos e a devolução de valores recebidos irregularmente.

Projeto de Passeios de Barco: Solução ou Novo Problema?

Em meio às denúncias, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou um plano para implementar passeios de barco na lagoa. A iniciativa, segundo a administração municipal, visa revitalizar o turismo local e oferecer nova opção de lazer para a população.

No entanto, o timing do anúncio gerou críticas. Ambientalistas questionam a viabilidade do projeto diante dos problemas de qualidade da água, enquanto opositores políticos veem coincidência suspeita entre as denúncias de fraudes e o novo projeto.

O Que Dizem as Autoridades?

A Prefeitura de Belo Horizonte emitiu nota afirmando que "toma todas as providências para garantir a transparência nos contratos" e que "investiga as denúncias com rigor". Sobre a água esverdeada, a administração municipal alega que monitora regularmente a qualidade e que as alterações são sazonais.

Já o Ministério Público de Minas Gerais informou que acompanha o caso e pode abrir investigação própria se identificarem indícios de crimes.

Enquanto isso, os moradores do entorno da lagoa aguardam respostas concretas e soluções efetivas para um problema que afeta não apenas o meio ambiente, mas também a credibilidade da gestão pública.