O sistema da Justiça do Trabalho no Brasil enfrenta uma crise de produtividade que vai muito além dos números. Casos absolutamente surreais estão travando as varas trabalhistas e consumindo tempo valioso de juízes e servidores.
Os casos mais absurdos que você não vai acreditar
Imagine um processo judicial discutindo se um pum de bebê constitui assédio moral no ambiente de trabalho. Pois este caso real chegou às mãos de um desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em São Paulo. A situação envolvia uma funcionária de um salão de beleza que se sentiu constrangida após um colega soltar um pum durante o expediente.
Mas os absurdos não param por aí. Outro processo que chamou atenção foi o de uma funcionária que processou a empresa porque ninguém desejou feliz aniversário para ela no dia de seu aniversário. A alegação? Assédio moral por omissão.
Boneca reborn no centro da controvérsia
Um dos casos mais peculiares envolveu uma boneca reborn - aquelas hiper-realistas que parecem bebês de verdade. Uma trabalhadora alegou que sofreu discriminação por levar a boneca para o local de trabalho, afirmando que a tratava como se fosse uma filha verdadeira.
Impacto real na produtividade judicial
Enquanto esses processos absurdos consomem tempo e recursos, causas legítimas e urgentes acabam ficando em segundo plano. Dados revelam que o tempo médio para conclusão de um processo na Justiça do Trabalho aumentou significativamente nos últimos anos.
Especialistas apontam que a reforma trabalhista de 2017, embora tenha reduzido o número total de ações, concentrou casos mais complexos e, em alguns exemplos, completamente descabidos no sistema judicial.
O que dizem os especialistas
Juristas defendem que é necessário mais rigor na admissibilidade dessas ações. "Precisamos de um filtro mais eficiente para evitar que casos claramente improcedentes ocupem o tempo da Justiça que deveria estar dedicado a demandas legítimas", afirma um desembargador que preferiu não se identificar.
O cenário atual revela um paradoxo: menos processos, mas maior complexidade e, em alguns casos, total falta de fundamento jurídico. Enquanto isso, trabalhadores com demandas reais aguardam meses - ou até anos - por uma solução para seus conflitos.