
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, resolveu apertar o cerco — e como! — nesta segunda-feira. A ordem, direta e sem rodeios, foi enviada ao Governo do Distrito Federal: tem que apresentar, e rápido, todos os relatórios completos das vistorias feitas nos veículos que estiveram na casa onde Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar.
Parece coisa de filme de espionagem, mas é a pura realidade. Moraes, que é o relator do inquérito que envolve o ex-presidente, deu um prazo curtíssimo, de apenas 24 horas, para que o GDF entregue a documentação comprovando que as inspeções nos carros dos visitantes foram, de fato, realizadas conforme manda o figurino. Detalhe importante: ele quer saber tudo, desde a identificação de quem fazia a vistoria até o resultado minucioso de cada verificação.
E Agora, José?
O que está por trás dessa cobrança tão específica? Bom, a gente sabe que a vigilância sobre a situação de Bolsonaro é total. Qualquer movimento é acompanhado com lupa. A defesa do ex-presidente, inclusive, já havia soltado um comunicado reclamando da suposta "invasão de privacidade" durante uma dessas inspeções — alegação que, convenhamos, soa no mínimo peculiar dado o contexto.
Mas Moraes não parou por aí. Ele também quer que a Polícia Federal se manifeste. Outras 72 horas foram dadas para que a PF se pronuncie sobre o tal episódio contestado pela defesa. É como se o ministro estivesse montando um quebra-cabeça e exigindo que cada peça se encaixe perfeitamente, sem margem para dúvidas ou histórias mal contadas.
É aquela velha máxima na Justiça: melhor prevenir do que remediar. Com a popularidade do ex-presidente ainda fervilhando em certos círculos, qualquer fresta no protocolo de segurança pode virar um problema de dimensões gigantescas. Moraes, conhecido por seu pulso firme, parece não estar disposto a correr esse risco.
O Silêncio que Gritava
Curioso notar que, até o momento, tanto o Governo do DF quanto a assessoria de Bolsonaro mantiveram um silêncio quase absoluto sobre a decisão. Será que estão correndo nos bastidores para compilar todos os dados? Ou será que a cobrança pegou todos de surpresa? Só o tempo — e o prazo dado pelo ministro — vai dizer.
Uma coisa é certa: o caso continua a aquecer o noticiário político nacional. Enquanto isso, na prática, o que se vê é um jogo de xadrez onde cada lance é calculado com extremo rigor. O ministro, ao que tudo indica, não está brincando em serviço. E o GDF agora tem a incumbência de provar que seguiu o protocolo à risca.
Resta esperar para ver se a documentação chegará intacta e a tempo. Porque, quando se trata do STF e de casos de tão alto perfil, prazos são para ser cumpridos. Ponto final.