Aliados de Bolsonaro Apostam em Sanções dos EUA e Anistia Após Julgamento no TSE
Bolsonaro: aliados apostam em sanções dos EUA após TSE

O clima nos bastidores do bolsonarismo é de expectativa contida — e um tanto quanto paradoxal. A condenação de Jair Bolsonaro pelo TSE, que muitos veem como inevitável, não é encarada apenas como uma derrota. Longe disso. Seu círculo mais próximo enxerga aí uma oportunidade de ouro.

É como se estivessem jogando xadrez em quatro dimensões. A peça que parece perdida no tabuleiro nacional pode, na verdade, ser a chave para abrir portas internacionais. E que portas! A mais cobiçada de todas: a Casa Branca.

A Aposta Alta nas Sanções Americanas

Os aliados do ex-presidente não disfarçam. Eles praticamente torcem por uma condenação. Soa mal? Pois é, mas a estratégia tem um motivo. Acreditam, com uma fé quase inabalável, que uma decisão judicial dura contra Bolsonaro será o gatilho que faltava para o governo dos Estados Unidos agir.

Não qualquer ação. Eles esperam sanções individuais, do tipo Magnitsky, contra ministros do STF e do TSE. Seria a resposta republicana ao que classificam como "perseguição judicial". Um de seus assessores diretos, em off, foi categórico: "Quanto pior, melhor. Traz a questão para o campo internacional".

O Fantasma da Anistia que Ronda o Planalto

E não para por aí. O segundo movimento dessa estratégia ousada é doméstico. A condenação, na visão deles, reacenderia com força total o debate sobre uma lei de anistia. O assunto, que hoje avança a passos de tartaruga no Congresso, ganharia um impulso de foguete.

O raciocínio é simples: criar uma situação de tal gravidade política que a única saída seria um perdão amplo. Um recomeço. Algo como "virar a página" de forma definitiva — mas sem responsabilizar ninguém, é claro.

É uma jogada arriscadíssima. Tudo ou nada. Se der errado, Bolsonaro pode ficar inelegível e politicamente isolado. Se der certo... bem, se der certo, eles não apenas anulam a condenação como ainda saem mais fortes, com o aval moral (e econômico) de Washington.

O mundo político observa tudo com um misto de ceticismo e apreensão. Afinal, estamos falando de uma aposta que coloca o destino de um ex-presidente na mesa de roleta. Será que a comunidade internacional realmente comprará essa narrativa? O tempo — e o TSE — dirão.