A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (12) uma operação de grande porte para investigar supostas fraudes e práticas ilegais em licitações públicas em várias cidades do interior paulista. Os trabalhos começaram às 7h e mobilizaram equipes em múltiplos endereços.
Mandados cumpridos em São Paulo
Em Limeira, os policiais federais executaram mandados de busca e apreensão na residência do ex-prefeito Mario Botion e em um imóvel de uma construtora que também pertence ao antigo gestor municipal. A ação faz parte do inquérito que apura irregularidades em processos licitatórios.
Já em Piracicaba, o alvo das investigações foi a empresa Life Educacional, que fornecia kits de robótica para a administração municipal de Limeira durante a gestão anterior. O contrato em questão também é objeto de uma sindicância e de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal da cidade.
Abrangência nacional da operação
Segundo informações da PF, a operação cumpriu 50 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva distribuídos por São Paulo, Distrito Federal e Paraná. Todas as ordens judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Campinas.
Além de Piracicaba e Limeira, os municípios de Hortolândia, Sumaré e Campinas também receberam a ação policial. A investigação contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar.
Defesas e posicionamentos
A defesa do ex-prefeito Mario Botion emitiu nota afirmando que não há irregularidades nos processos de contratação dos kits pedagógicos. O texto destaca que a licitação ocorreu de forma "regular e transparente", seguindo todos os princípios legais que regem a administração pública.
Por sua vez, a Life Educacional informou que não vai se pronunciar sobre o caso. A empresa é alvo de apuração interna pela atual gestão municipal de Limeira, que instalou uma comissão de sindicância para investigar suspeitas relacionadas à aquisição dos kits de robótica.
Durante as ações, a Polícia Federal apreendeu veículos em Limeira, que foram encaminhados para a sede da PF em Piracicaba. Os investigados podem responder por crimes como corrupção, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação irregular e organização criminosa.