Nasry Asfura vence eleição presidencial em Honduras após apuração conturbada
Asfura vence eleição presidencial em Honduras

O candidato conservador Nasry Asfura, do Partido Nacional, foi declarado oficialmente vencedor da eleição presidencial de Honduras. O anúncio foi feito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país na quarta-feira, dia 24 de novembro de 2025, após um processo de apuração marcado por atrasos, problemas técnicos e acusações de irregularidades.

Uma vitória apertada e um processo turbulento

Os hondurenhos foram às urnas no domingo, 30 de novembro, mas a definição do vencedor só veio quase um mês depois. A autoridade eleitoral informou que Asfura obteve 40,3% dos votos válidos, superando por uma margem mínima o candidato de centro-direita do Partido Liberal, Salvador Nasralla, que ficou com 39,5%.

Diante da disputa acirrada e das falhas no sistema de contagem, foi necessária uma recontagem manual de aproximadamente 15% das atas de votação. Esse processo envolveu a verificação de centenas de milhares de cédulas para garantir a precisão do resultado final.

Reação internacional e apoio de peso

Imediatamente após a divulgação dos resultados, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, emitiu um comunicado. A mensagem "exortou todas as partes a respeitarem os resultados da votação" para que as autoridades hondurenhas pudessem assegurar uma transição de poder pacífica para o presidente eleito.

O apoio americano a Asfura, no entanto, vinha de antes. No final de novembro, o candidato recebeu o endosso formal do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o chamou de "seu candidato". Esse respaldo é visto como um fator significativo na campanha.

Quem é o novo presidente eleito de Honduras?

Nasry Asfura, filho de imigrantes palestinos, concorria à presidência pela segunda vez. Sua trajetória política inclui o cargo de prefeito da capital, Tegucigalpa. No entanto, sua imagem é cercada por polêmicas:

  • Ele já foi acusado de desvio de fundos públicos durante sua gestão municipal.
  • Seu nome apareceu nos vazamentos conhecidos como "Pandora Papers", ligado a empresas offshore suspeitas de sonegação fiscal.
  • Pertence ao Partido Nacional, legenda cuja reputação foi abalada pela condenação do ex-presidente Juan Orlando Hernández por associação com o tráfico de drogas.

Agora, Asfura assume o desafio de governar um país da América Central que busca superar divisões políticas profundas e instabilidade, após uma eleição que testou a resistência de suas instituições democráticas.