
Numa declaração que parece mais um balde de água fria do que um convite ao diálogo, a Rússia soltou o verbo sobre as próximas conversas com a Ucrânia. "Não venham com expectativas de milagres", avisou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, num tom que misturava realismo e certa dose de cinismo.
E não é que o mundo ainda esperava uma reviravolta? Depois de meses de bombardeios, contra-ofensivas e acusações mútuas, a notícia de novas rodadas de negociação acendeu — quem diria — um fio de esperança. Mas os russos, sempre eles, já chegaram pisando no freio.
O jogo das expectativas
Se você pensa que diplomacia internacional é aquela coisa cheia de floreios e meias-palavras, bem... está certo. Mas às vezes eles dispensam até isso. "As posições são conhecidas, as diferenças são profundas", resmungou Peskov, como quem já antecipa o fracasso antes mesmo da primeira xícara de chá esfriar.
E detalhe: enquanto a Ucrânia fala em "paz justa" e "retirada das tropas", Moscou insiste na narrativa de "operações especiais" e "desnazificação". Parece conversa de surdos? Pois é exatamente isso que está em jogo.
O que realmente está em pauta?
- Troca de prisioneiros — sempre um clássico nessas horas
- Corredores humanitários — que nunca são tão humanitários assim
- E aquela velha questão territorial — ah, essa nunca sai de moda
Curiosamente, enquanto os diplomatas se preparavam para mais uma rodada de "fala fala mas não resolve", os tanques continuavam avançando no front. Coincidência? Difícil acreditar.
Numa análise mais pé no chão — ou seria cética? — especialistas ouvidos por nossa redação sugerem que essas negociações servem mais para aliviar pressões internacionais do que para qualquer avanço concreto. "É teatro geopolítico", disparou um analista que preferiu não se identificar. E convenhamos: o palco nunca esteve tão lotado.