Os Estados Unidos executaram uma operação militar de grande porte contra alvos do grupo Estado Islâmico (EI) no centro da Síria. A ação, descrita como um "ataque massivo", foi uma resposta direta à emboscada que resultou na morte de dois soldados americanos e de um intérprete civil no dia 13 de dezembro, na cidade de Palmira.
Detalhes da Operação de Retaliação
O Comando Central dos EUA (Centcom) informou que a Operação Hawkeye Strike foi deflagrada às 18h do horário de Brasília da última sexta-feira (19). A investida conjunta contou com caças, helicópteros de ataque, artilharia e aeronaves da Jordânia, atingindo mais de 70 alvos em diferentes locais.
Segundo comunicado oficial, a operação "empregou mais de 100 munições de precisão" contra infraestrutura e depósitos de armas conhecidos do grupo terrorista. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR) confirmou que, pelo menos, cinco integrantes do EI morreram na província de Deir ez Zor, incluindo um líder especialista em drones.
Declarações de Autoridades e Contexto do Ataque
O presidente Donald Trump utilizou sua rede social, Truth Social, para afirmar que os EUA "estão infligindo uma retaliação muito séria" aos responsáveis. Já o secretário de Defesa, Pete Hegseth, foi enfático: "Se você atacar americanos --em qualquer lugar do mundo-- passará o resto de sua breve e ansiosa vida sabendo que os Estados Unidos irão caçá-lo, encontrá-lo e matá-lo impiedosamente".
O ataque inicial em Palmira foi atribuído pelo Centcom a um atirador do Estado Islâmico, que foi "confrontado e morto". No entanto, o SOHR apresentou uma versão conflitante, sugerindo que o agressor era membro das forças de segurança sírias. A identidade do atirador não foi divulgada e nenhum grupo reivindicou a autoria.
Vítimas e Presença Militar Contínua
O Exército dos EUA identificou os militares mortos como o sargento Edgar Brian Torres Tovar, de 25 anos, e o sargento William Nathaniel Howard, de 29 anos. Além deles, três outros soldados americanos ficaram feridos no incidente.
Apesar de o EI ter perdido seu último reduto territorial na Síria em 2019, a organização mantém atividade. Dados das Nações Unidas indicam que ainda há entre 5.000 e 7.000 combatentes do grupo no país e no Iraque. Tropas americanas permanecem na Síria desde 2015, em uma missão de treinamento de forças locais contra o terrorismo.
O almirante Brad Cooper, comandante do Centcom, reforçou o compromisso de "perseguir implacavelmente os terroristas" que ameaçam americanos e parceiros na região. A recente aproximação entre o presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, e o governo Trump sugere um cenário de cooperação renovada no combate ao extremismo.