
O Japão acaba de escrever um novo capítulo em sua história política com a posse de Yoko Kamikawa como primeira-ministra. Aos 70 anos, ela se torna apenas a segunda mulher a assumir o comando do país em toda a sua trajetória, em um movimento que sinaliza possíveis mudanças no cenário político japonês.
Um gabinete com predominância masculina
O que mais chama atenção na nova formação governamental é o contraste entre Kamikawa e seu entorno. A primeira-ministra assume cercada por homens em praticamente todos os cargos de destaque do gabinete. Dos principais ministérios, apenas um foi ocupado por outra mulher, destacando-se a forte presença masculina que ainda caracteriza a política japonesa.
Entre os nomes mais relevantes da nova equipe estão:
- Yoshimasa Hayashi como Secretário-Chefe de Gabinete
- Shunichi Suzuki na pasta das Finanças
- Yoko Kamikawa acumulando a função de Ministra das Relações Exteriores
- Minoru Kihara como Ministro da Defesa
Experiência e tradição política
Kamikawa não é uma novata na política japonesa. Com uma carreira consolidada e sete mandatos como deputada, ela traz consigo a experiência necessária para enfrentar os desafios que se apresentam. Sua trajetória é marcada por uma formação jurídica - é graduada em Direito pela Universidade de Kyoto - e por uma herança política familiar, seguindo os passos do pai, que também foi parlamentar.
O contexto da mudança
A ascensão de Kamikawa ocorre em um momento delicado para o Partido Liberal Democrata (PLD), que busca renovar sua imagem após escândalos recentes. A saída do anterior primeiro-ministro, Fumio Kishida, abriu espaço para essa mudança significativa, em um movimento que muitos analistas interpretam como uma tentativa de modernizar a face do governo japonês perante o mundo.
O gabinete anterior de Kishida havia sido alvo de críticas por sua composição majoritariamente masculina, tornando a escolha de Kamikawa um gesto simbólico importante, ainda que a estrutura de poder continue dominada por homens.
Desafios pela frente
A nova primeira-ministra assume em um período complexo para o Japão, com desafios que incluem:
- A recuperação econômica pós-pandemia
- Relações internacionais tensas na região asiática
- Questões demográficas relacionadas ao envelhecimento da população
- A necessidade de modernizar estruturas políticas tradicionais
Especialistas observam que, embora a nomeação de uma mulher para o cargo mais alto do governo represente um avanço simbólico, o verdadeiro teste será ver até que ponto Kamikawa conseguirá implementar mudanças substantivas em um sistema ainda profundamente arraigado em tradições masculinas.
O mundo acompanhará com atenção os próximos passos dessa liderança que promete trazer novos ares à terceira maior economia do planeta.