
Era pra ser um debate sobre saúde pública, mas virou um verdadeiro terremoto político. A professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) não aguentou o tranco — levantou e saiu no meio da conferência. Tudo porque o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, resolveu meter a colher onde, pra ela, não era chamado.
O vídeo que circula nas redes mostra o momento exato em que a docente, especialista em saúde coletiva, interrompe sua fala e abandona o palco. "Não dá pra discutir políticas públicas enquanto se nega identidade", disparou antes de sair, deixando a plateia boquiaberta.
O estopim da crise
O pepino começou quando o prefeito — num daqueles decretos que parecem saídos de 1950 — vetou o uso de pronomes neutros em eventos oficiais. "Isso não é língua portuguesa", justificou, ignorando décadas de estudos linguísticos. A professora, que usava "elu" para se referir a estudantes não-binários, levou a decisão como afronta direta.
E olha que a cena foi digna de novela:
- Microfone abandonado sobre a mesa — check
- Silêncio constrangedor na plateia — check
- Secretário municipal tentando justificar o injustificável — check mate
Repercussão imediata
Nas redes, a briga pegou fogo rápido. De um lado, os defensores da "gramática tradicional" (que nunca abriram um livro de linguística). Do outro, estudantes e acadêmicos chamando a atitude da professora de "resistência necessária".
Pra piorar, o timing foi péssimo: a conferência discutia justamente saúde mental da população LGBTQIA+. "Ironia ou crueldade?", questionou um psiquiatra presente, em tom ácido.
A UFMT ainda não se pronunciou oficialmente, mas fontes internas contam que a reitoria está "dividida entre a liberdade acadêmica e a pressão política". Enquanto isso, o prefeito segue firme na sua cruzada gramatical — e Cuiabá vira mais um palco da guerra cultural que divide o Brasil.