
Os números chegaram e, convenhamos, não dá para fingir que está tudo bem. O tão aguardado Anuário da Educação Básica 2025, divulgado nesta sexta-feira (26), joga uma luz crua – e necessária – sobre a situação das escolas no Acre. É daquele tipo de relatório que você lê com um misto de esperança e aperto no peito.
Vamos ao que interessa: a evasão escolar continua sendo um fantasma a assombrar os corredores. Só em 2024, mais de 5 mil estudantes simplesmente sumiram das salas de aula. Uma cifra que dói, principalmente no ensino médio, onde o problema é mais crônico. Parece que a escola vai perdendo o sentido para uma galera que precisa ajudar em casa ou já está tentando a sorte no mercado de trabalho.
O Outro Lado da Moeda: Onde Houve Melhora
Mas calma, nem tudo é notícia ruim. O estado deu um salto interessante no IDEB – aquele índice que mede a qualidade do ensino. As séries iniciais do fundamental bateram a meta estipulada, o que é, sem dúvida, um alívio e uma vitória para os professores que se matam diariamente. Já os anos finais e o ensino médio... bem, ainda patinam abaixo do esperado. Avançamos, mas a passos lentos, sabe?
E a infraestrutura? Ah, essa é uma conversa à parte. A pesquisa revela que apenas 40% das escolas possuem todos os itens básicos de funcionamento. Estamos falando de bibliotecas, quadras esportivas, laboratórios de ciência... coisas que deveriam ser óbvias, mas não são. É uma loteria: dependendo de onde você estuda, a experiência é completamente diferente.
O Que Dizem os Números do Investimento?
Aqui a coisa fica interessante. O Acre aumentou em 8% o investimento por aluno na rede estadual. Soa bem, não é? Só que quando você coloca na ponta do lápis e compara com outros estados, percebe que ainda estamos correndo atrás do prejuízo. O valor ainda é inferior à média nacional. É como tentar apagar um incêndio com um copo d'água.
E não podemos ignorar o impacto da pandemia, que deixou sequelas profundas. Dois anos depois, ainda sentimos os efeitos na aprendizagem. Muitos alunos chegam ao ensino médio com defasagens sérias do fundamental. É uma corrente com elos fracos que precisa ser reforçada com urgência.
E Agora, José? Os Desafios pela Frente
Os especialistas são unânimes em apontar os principais desafios para 2025:
- Combate à evasão: Criar políticas mais efetivas para manter os jovens na escola.
- Formação docente: Valorizar e capacitar continuamente os professores.
- Infraestrutura: Universalizar o acesso a equipamentos básicos nas escolas.
- Recuperação da aprendizagem: Sanar as defasagens pós-pandemia.
No fim das contas, o anuário serve como um retrato sem retoques da nossa educação. Mostra onde estamos falhando, mas também aponta caminhos. O Acre tem potencial – isso ninguém discute. Só precisa de um projeto de educação consistente e que sobreviva às trocas de governo. Porque educação não é projeto de quatro anos; é projeto de nação.
E você, o que acha que poderia mudar essa realidade? Às vezes a solução está mais perto do que imaginamos.