O calor abrasador que castiga Belém não é apenas um desconforto passageiro, mas um sinal alarmante da crise ambiental que se intensifica na capital paraense. Em meio a temperaturas que desafiam a resistência da população, o secretário municipal de Educação, Amaury Moura, levanta a voz para um alerta urgente: é preciso integrar políticas públicas ou enfrentaremos consequências ainda mais graves.
O cenário de crise que preocupa Belém
Em entrevista concedida às vésperas da COP30, que será sediada na cidade, Moura pintou um quadro preocupante sobre a realidade local. O calor extremo tem impactado diretamente o aprendizado nas escolas, com estudantes enfrentando dificuldades de concentração em salas de aula superaquecidas.
"Temos um desafio triplo: educar em meio a uma crise climática, preparar as novas gerações para esse novo reality e, ao mesmo tempo, transformar nossa cidade em um exemplo de sustentabilidade", afirmou o secretário.
Os três pilares da solução proposta
O plano defendido por Moura baseia-se em três eixos fundamentais:
- Educação ambiental transversal: Inserir a discussão sobre mudanças climáticas em todas as disciplinas, não apenas como tema isolado
- Infraestrutura escolar sustentável: Adaptar as escolas com ventilação natural, telhados verdes e áreas sombreadas
- Políticas públicas integradas: Conectar secretarias de Educação, Meio Ambiente e Urbanismo em projetos comuns
COP30: Oportunidade ou risco para Belém?
Com a aproximação da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o secretário enxerga uma janela de oportunidade, mas também alerta para os riscos. "Ser sede da COP30 nos coloca no centro do debate mundial, mas também nos expõe ao escrutínio internacional", ponderou.
Moura destacou que a cidade precisa chegar ao evento não apenas com discursos, mas com ações concretas que demonstrem compromisso real com a sustentabilidade. O desafio inclui desde a mobilidade urbana até o tratamento de resíduos sólidos, passando pela preservação das áreas verdes remanescentes na região metropolitana.
O papel crucial das comunidades
Além das políticas governamentais, o secretário enfatizou a importância do engajamento comunitário. "As soluções precisam ser construídas com a população, especialmente com aqueles que mais sofrem com os efeitos do calor extremo e das chuvas irregulares", defendeu.
Projetos de hortas comunitárias, arborização urbana e educação ambiental popular foram citados como exemplos de iniciativas que podem ser expandidas para enfrentar os desafios climáticos locais.
O momento é de urgência, mas também de esperança. Como concluiu Moura: "Belém tem a chance de se transformar de vítima da crise ambiental em protagonista da solução". O caminho, no entanto, exige ações imediatas e coordenadas entre poder público e sociedade.