
Você já parou pra pensar no que não aparece quando alguém toma uma decisão? Pois é exatamente disso que trata o francês Frédéric Bastiat no seu ensaio atemporal — e que, pasme, foi escrito lá em 1850 mas parece falar direto com o Brasil de hoje.
O óbvio ululante (e o que escapa aos olhos)
Bastiat sacou uma coisa genial: toda ação gera dois tipos de efeitos. Os que saltam aos olhos — tipo um quebra-molas novo na rua — e aqueles que ficam nas sombras, como o mecânico que deixa de vender suspensões porque os carros estragam menos. Sacou a pegada?
O livro esmiúça casos reais (sim, do século XIX, mas você vai se surpreender como são atuais) onde:
- Políticas públicas "benéficas" criam efeitos colaterais desastrosos
- Subsídios podem afundar justamente quem querem ajudar
- A famosa "janela quebrada" não é só metáfora — é armadilha econômica
Por que isso importa em 2024?
Num mundo de soluções mágicas e populismo econômico, Bastiat chega como um balde de água fria. Ele nos ensina a perguntar: "E o que NÃO estamos vendo aqui?" antes de bater o martelo em qualquer decisão.
O texto — curto mas denso como café coado no pano — deveria ser leitura obrigatória pra políticos, mas duvido que a maioria aguentaria passar do prefácio sem ter um troço. É que o autor não faz concessões: desmonta falácias com a precisão de um cirurgião e o humor ácido de um comediante stand-up.
Ah, e pra quem acha que economia é chata? Bastiat prova que pode ser mais eletrizante que novela das nove — só que com menos dramalhão e mais lucidez.