
Num movimento que pegou muitos de surpresa — e deixou outros tantos de sobrolho franzido —, a Rússia decidiu abrir as asas para um destino inusitado: a Coreia do Norte. Sim, você leu direito. Enquanto a Europa aperta os cintos com restrições aéreas, os russos resolveram fazer as malas para Pyongyang.
Não é todo dia que se vê um Boeing 777 da Air Koryo — a companhia aérea norte-coreana — pousando em solo russo. Mas, desde a semana passada, isso virou realidade. O primeiro voo, saindo de Vladivostok, já levou um grupo de turistas (corajosos, diga-se) para uma experiência que poucos no Ocidente podem ter.
Por que agora?
Bom, aí é que tá o pulo do gato. Enquanto o mundo ocidental fecha as portas para Moscou por causa da guerra na Ucrânia, os russos parecem dizer: "Temos outros amigos". E que amigo mais peculiar que Kim Jong-un?
Os detalhes são curiosos:
- Os voos são operados em parceria com uma agência de turismo russa
- O pacote inclui hospedagem em hotéis selecionados (leia-se: controlados) pelo governo norte-coreano
- O preço? Nada barato — mas quando se trata de visitar um dos países mais fechados do mundo, o exótico tem seu preço
E aqui vai um detalhe que faz pensar: os turistas são acompanhados 24 horas por guias locais. Liberdade para explorar por conta própria? Nem pensar. Mas convenhamos, quem esperaria outra coisa?
O que dizem os especialistas
Analistas políticos estão coçando a cabeça. Alguns veem nisso uma jogada geopolítica calculada — uma forma da Rússia mostrar que não está isolada, mesmo com as sanções. Outros acham que é puro pragmatismo econômico: com o turismo internacional em baixa, por que não explorar novos mercados?
Curiosidade: Os voos acontecem justamente quando a Coreia do Norte reabriu suas fronteiras após três anos de isolamento total por causa da pandemia. Coincidência? Difícil acreditar.
Enquanto isso, na Europa, a reação varia entre perplexidade e preocupação. Afinal, não é todo dia que se vê um país desafiando abertamente o isolamento internacional de Pyongyang. Mas, como diz o ditado, "a necessidade aguça o engenho" — e a Rússia parece ter encontrado uma saída criativa para suas limitações aéreas.