A Ferrovia Transiberiana mantém o título de linha ferroviária contínua mais extensa do planeta, representando uma das obras de engenharia mais impressionantes da história.
Uma Jornada Épica Através da Rússia
Com aproximadamente 9.289 quilômetros de extensão, esta ferrovia monumental conecta Moscou ao Extremo Oriente russo, especificamente até Vladivostok. A viagem completa pode durar até sete dias e atravessa oito fusos horários diferentes.
Inaugurada em 1916, a Transiberiana não apenas unifica o território russo, mas também serve como elo crucial entre Europa e Ásia. A partir dela, derivam rotas que alcançam a Mongólia, China e até mesmo a Coreia do Norte.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a ferrovia desempenhou papel estratégico vital, sendo utilizada tanto por tropas alemãs quanto por judeus que fugiam da Europa em direção à Ásia.
Desafios e Manutenção Colossal
Manter operacional esta gigante ferroviária representa um dos maiores desafios. Anualmente, milhares de quilômetros de trilhos são renovados - apenas em 2020, a Russian Railways (RZD) substituiu 5.480,8 km de trilhos.
Para garantir estabilidade, a Rússia reforça a base da linha com isolantes térmicos e geossintéticos que protegem o solo dos impactos da geada e do degelo. Pontes antigas são substituídas e estruturas críticas passam por inspeções regulares.
Durante o rigoroso inverno russo, cercas de contenção e barreiras naturais ajudam a prevenir acúmulo de neve sobre os trilhos. Em algumas regiões, até o reflorestamento estratégico é utilizado para reduzir o impacto das tempestades de neve.
Impacto Econômico e Turístico
A importância da Transiberiana para a economia russa é imensa: responde por cerca de 30% das exportações do país e é fundamental tanto para transporte de cargas quanto para viagens domésticas.
O trem que percorre a rota clássica Moscou-Vladivostok transporta aproximadamente 200 mil passageiros anualmente, segundo o Russia Beyond. A ferrovia se tornou uma atração turística mundialmente famosa, atraindo viajantes de todos os continentes.
Cruzando múltiplos climas e paisagens - desde áreas acessíveis até zonas extremamente remotas - a Transiberiana permitiu que a Sibéria fosse mais explorada, habitada e industrializada.
Hoje, a Ferrovia Transiberiana permanece como a espinha dorsal da rede ferroviária russa, continuando a permitir que milhões de pessoas atravessem o maior país do planeta, mantendo vivo o legado desta obra monumental da engenharia humana.