
Imagine passar 12 horas por dia dentro de um carro, com o celular sempre à mão esperando a próxima corrida. É assim que muitos motoristas de aplicativo vivem no Brasil — e os números são mais alarmantes do que se imagina.
Uma pesquisa recente — dessas que dão nó no estômago — mostrou que quase metade desses trabalhadores não consegue tirar nem R$ 2 mil por mês depois de pagar gasolina, manutenção e outras despesas. E olha que estamos falando de gente que trabalha, em média, 10 horas por dia!
Os números que não mentem
O estudo, feito com mais de 2 mil motoristas em 15 capitais, revela:
- 45% trabalham mais de 10 horas diárias (e 12% passam de 12 horas!)
- Os gastos com combustível comeram quase 30% da renda bruta
- Só 1 em cada 5 consegue tirar mais de R$ 3 mil líquidos
"É uma conta que nunca fecha direito", diz Marcos, motorista em São Paulo há 4 anos. "No começo até dava pra tirar um troco bom, mas hoje..." — e aqui ele faz aquela pausa dramática — "é só pra pagar as contas mesmo".
O lado oculto da economia de plataforma
Enquanto as empresas de tecnologia faturam bilhões, quem está na ponta — os motoristas — enfrenta uma realidade bem diferente:
- Não têm direito a férias remuneradas
- Precisam arcar com todos os custos do veículo
- Ficam reféns de algoritmos que mudam as regras sem aviso
E tem mais: 68% dos entrevistados disseram que a renda caiu nos últimos 12 meses. Alguns culpam o aumento no número de motoristas, outros apontam para as mudanças nas taxas das plataformas.
Será que essa tal "flexibilidade" do trabalho por app vale mesmo a pena? A pergunta fica no ar enquanto milhares continuam na batalha diária pelas ruas das grandes cidades.