
Parece que alguém no INSS decidiu acelerar as coisas de um jeito bem peculiar. Um servidor — cuja identidade ainda não foi revelada — conseguiu fazer algo que deixou todo mundo de cabelo em pé: liberou o acesso a empréstimos consignados para mais de 20 mil beneficiários em pouco mais de um mês. Sim, você leu certo: 39 dias.
O estrago? Algo em torno de R$ 20 milhões em benefícios desbloqueados de forma, digamos, não convencional. E olha, a coisa foi tão rápida e em um volume tão anormal que chamou a atenção até de quem está acostumado a ver cada uma no funcionalismo.
Não foi incompetência — foi ação coordenada
Diferente do que se possa imaginar, não se tratou de um erro de sistema ou de uma falha operacional. A investigação aponta que houve acesso intencional e repetido aos sistemas do INSS, com a mesma senha, realizando alterações em milhares de processos.
Pensa comigo: como alguém sozinho faria tudo isso? A menos que não dormisse, não comesse e digitasse mais rápido que um robô — o que é improvável, convenhamos.
Os números impressionam (e assustam):
- 20.692 benefícios desbloqueados indevidamente
- R$ 20.692.000,00 em valores liberados para empréstimo
- Tudo em apenas 39 dias de atividade intensa
Não é à toa que o próprio INSS abriu um processo administrativo para apurar a fundo o que aconteceu. E pasme: a suspeita é de que possa ter havido participação de terceiros de dentro — ou de fora — da autarquia.
Alguém estava com pressa. Muita pressa.
Não é a primeira vez…
Pior que casos assim não são exatamente novidade. Em outubro do ano passado, uma operação da Polícia Federal prendeu até mesmo um juiz e um servidor do INSS por esquemas semelhantes — envolvendo, adivinhe, liberação de empréstimos consignados.
Parece que a lição não foi aprendida. Ou pior: alguém decidiu que valia a pena correr o risco.
E agora, as consequências. Além da investigação interna, o caso deve ser encaminhado para a Controladoria-Geral da União (CGU) e talvez até para o Ministério Público Federal. Porque, vamos combinar, liberar milhões sem seguir as regras não é exatamente um "mero deslize".
Enquanto isso, os beneficiários que tiveram os benefícios desbloqueados irregularmente seguem na mira. Muitos podem ter contraído dívidas sem saber das reais condições — e agora ficam no fogo cruzado entre o INSS e as instituições financeiras.
Uma confusão que, como sempre, sobra para o lado mais fraco.