
Parece que a CPMI do INSS resolveu abrir a caixa de Pandora das finanças públicas. E o que saiu de lá deixou mais de um deputado de queixo caído durante a audiência desta segunda-feira.
O presidente da Conafer, Alan Coelho de Sé, chegou na comissão sabendo que teria que se explicar — e como. A entidade, que muitos nem conheciam direito, virou o centro das atenções por um motivo bastante sugestivo: seus descontos previdenciários deram um salto que beira o inacreditável.
Os números que falam por si
De 2019 a 2023, a coisa ficou feia — ou bonita, dependendo de que lado você está. Os descontos da Conafer foram de meros R$ 400 mil para impressionantes R$ 202 milhões. Sim, você leu certo: duzentos e dois milhões de reais.
Isso representa uma multiplicação por 505 vezes. Algo tão fora da curva que até os mais experientes em contas públicas se surpreenderam. Como uma entidade praticamente dobrou de tamanho financeiro em tão pouco tempo?
O que a Conafer alega
Alan Coelho tentou justificar o inexplicável. Segundo ele, o crescimento se deve à "regularização de débitos trabalhistas" e ao aumento do quadro de servidores. Mas convenhamos — de R$ 400 mil para R$ 202 milhões não é exatamente o que chamaríamos de crescimento orgânico.
"Estamos apenas cumprindo nossas obrigações legais", defendeu o presidente. O problema é que, no mundo real, obrigações legais não costumam crescer 50.000% em quatro anos.
O contexto que preocupa
A CPMI não está investigando apenas números — está atrás de histórias. E a história da Conafer cheira mal, para ser sincero. A entidade, que tem como função principal regular questões fundiárias, aparece agora no centro de uma tempestade perfeita entre política e dinheiro público.
Os parlamentares querem saber onde todo esse dinheiro foi parar. Será que os contribuintes estão financiando algo legítimo — ou há algo podre por trás desses números astronômicos?
O que me preocupa, particularmente, é o timing. De repente, uma entidade praticamente desconhecida explode financeiramente. Coincidência? Difícil acreditar.
O que vem por aí
Agora a bola está com os investigadores. Eles prometem desvendar esse emaranhado numérico que mais parece roteiro de filme de suspense financeiro.
Enquanto isso, nós, contribuintes, ficamos na plateia assistindo a mais um capítulo daquilo que já conhecemos bem: o eterno debate sobre como o dinheiro público é — ou deveria ser — gerido.
Uma coisa é certa: essa história ainda vai dar muito pano pra manga. E a Conafer, que até ontem era uma desconhecida, agora está no centro das atenções — por todos os motivos errados.