Anistia Fiscal: Motta Admite que Definição do Governo ainda é uma Incógnita
Motta sobre anistia fiscal: “Ainda sem definição”

E aí, o tema que não quer calar — a tal da anistia fiscal — continua pairando no ar como uma pergunta sem resposta. Numa reunião que mais parecia um jogo de poker onde ninguém queria mostrar as cartas, o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, deixou claro: não há definição, nem linha clara, nem roteiro. A coisa tá cinzenta, e ponto.

Numa tarde de terça-feira que prometia esclarecimentos, empresários e contadores se reuniram com o secretário esperando directrizes. Sabe o que levaram? Um honesto — ainda que frustrante — “não sei ainda”. Motta, pressionado pelo setor produtivo que já esgota a paciência, manteve o discurso técnico, mas falou pouco. E quando falou, foi para não fechar questão.

O clima? Tenso, pra dizer o mínimo.

Os participantes saíram dali com mais dúvidas que certezas. Um deles, sob condição de anonimato (óbvio), resumiu: “Ele não negou, nem confirmou. Disse que estuda. E que o governo ainda não decidiu como vai fazer”. Ou seja: segue o mistério.

E não é de hoje. Desde março, quando o governo soltou a Medida Provisória nº 1.202/2024, todo mundo espera o detalhe. Como vai funcionar? Quem pode entrar? Que descontos virão? Perguntas que valem milhas de reais em dívidas tributárias — e que seguem sem resposta.

E o Barreirinhas?

Segundo quem estava na sala, ele evitou polêmica. Não deu bandeira. Manteve a pose de gestor técnico, mas na prática — e aqui vem a opinião — parece estar seguindo o roteório de não queimar a largada. É jogo político, é cautela, é medo de errar? Difícil dizer.

Uma coisa é certa: o empresariado saiu insatisfeito. Querem clareza. Previsibilidade. Saber se podem ou não contar com o perdão de até 100% dos juros e multas — como chegou a ser ventilado.

Enquanto isso, o governo segue no seu ritmo. Devagar, quase parando. E Motta, no olho do furacão, repete: “A MP não define tudo. Precisamos regulamentar”. E o tempo? Esse não para.

Para quem está do lado de fora, a sensação é de que a coisa tá travada. Será que sai? Será que não sai? E como? Bom, pelo andar da carruagem, só mesmo esperando — e torcendo.