Parece que o Brasil está nadando contra a corrente - literalmente. E não estou exagerando. O ex-secretário do Tesouro, Bruno Funchal, soltou o verbo sobre uma realidade que muitos suspeitavam, mas poucos tinham coragem de articular com tanta clareza.
O cerne da questão? Estamos gastando tanto com o presente que não sobra nada para construir o futuro. É como se você usasse todo seu salário para pagar contas do mês e não pudesse investir na própria educação ou num negócio próprio.
Os Números Não Mentem
Olha só que coisa absurda: enquanto a União gasta apenas 0,6% do PIB com investimentos, as despesas correntes consomem nada menos que 19,2% da economia nacional. A matemática é cruel - para cada real investido, gastamos trinta e dois com custeio.
Funchal não poupa palavras: "Estamos numa armadilha fiscal clássica". E pior - essa situação limita drasticamente nossa capacidade de crescer, criar empregos e melhorar serviços públicos.
O Efeito Dominó do Desequilíbrio
- Infraestrutura deficitária que trava a produtividade
- Serviços públicos de qualidade questionável
- Pouca atratividade para investidores externos
- Crescimento econômico abaixo do potencial
Não é exagero dizer que estamos hipotecando nosso futuro por conta de um presente insustentável. E o pior? Essa tendência vem se agravando nos últimos anos.
Há Solução?
Funchal aponta caminhos, mas nenhum é fácil. Será preciso reformas estruturais profundas e - vamos combinar - muita coragem política. O debate sobre o novo arcabouço fiscal precisa ir além dos técnicos e chegar à população.
Afinal, são nossos hospitais, nossas estradas, nossas escolas que estão ficando para trás. O assunto é árido, mas fundamental para o país que queremos daqui a dez, vinte anos.
O alerta está dado. Resta saber se teremos ouvidos para ouvir e vontade para agir.
