
Parece que foi ontem, mas já se vão alguns anos desde que Gabriel Galípolo começou a chamar atenção nos corredores do poder. O que muita gente não imaginava — e cá entre nós, poucos apostariam — é que esse economista de fala mansa se tornaria uma das vozes mais influentes da economia brasileira.
Não é exagero dizer que estamos diante de uma ascensão digna de filme. Galípolo, hoje diretor de Política Monetária do Banco Central, vem construindo uma trajetória que mistura competência técnica e uma habilidade política que, convenhamos, é rara entre os economistas.
Do plano real aos holofotes globais
Ah, o plano Real... Quem viveu aquela época sabe o que significou. Pois bem, Galípolo começou sua carreira justamente nesse contexto, trabalhando no Banco Fator enquanto o país se reinventava economicamente. Detalhe curioso: ele nem sonhava que décadas depois estaria ajudando a conduzir a política monetária brasileira.
O que me impressiona, particularmente, é como ele conseguiu transitar entre diferentes mundos. De um lado, o mercado financeiro tradicional. De outro, a academia e a gestão pública. E no meio disso tudo, construiu pontes onde muitos só veem abismos.
O momento decisivo
Lá por 2021, algo mudou. Galípolo assumiu uma diretoria no Banco Central que, vamos combinar, não era exatamente a mais glamourosa. Mas eis que a vida prega suas peças — com a saída de Neto para o BIS, o cargo de diretor de Política Monetária ficou vago. E adivinha quem estava no lugar certo, na hora certa?
O que se seguiu foi uma verdadeira aula de como se constrói uma carreira pública. Galípolo não apenas assumiu o posto como conquistou — pasmem — a confiança de Campos Neto. Sim, aquele mesmo que muitos consideravam seu "antagonista" natural.
Uma relação que surpreendeu a todos
Aqui vai um detalhe saboroso: diferentemente do que se poderia esperar, Galípolo e Neto desenvolveram uma sintonia que deixou meio mundo de queixo caído. Nas reuniões do Copom, nas decisões complexas, nos momentos de tensão — os dois mostraram que é possível convergir mesmo partindo de visões distintas.
Não estou dizendo que é um mar de rosas. Longe disso. Mas é inegável que Galípolo soube navegar nessas águas turbulentas com uma maestria que poucos possuem.
O reconhecimento internacional
E então veio o que talvez seja o capítulo mais interessante dessa história: o olhar do mercado global. Instituições financeiras internacionais, aquelas mesmas que normalmente só dão bola para economistas de primeiro mundo, começaram a prestar atenção no brasileiro.
Não é todo dia que se vê um diretor do BC brasileiro sendo elogiado por sua capacidade de construir consensos. Galípolo, com seu estilo discreto mas firme, conseguiu esse feito.
O futuro que se desenha
O que esperar daqui para frente? Bom, se depender da trajetória até aqui, Galípolo tem tudo para continuar influenciando não apenas a política econômica brasileira, mas também o debate global sobre desenvolvimento e estabilidade monetária.
Resta saber como ele utilizará essa influência crescente. Uma coisa é certa: num país acostumado a polêmicas e escândalos, ver um técnico competente ganhar espaço por mérito próprio é, no mínimo, refrescante.
E aí, o que você acha? Será que estamos testemunhando a formação de uma nova liderança econômica para o Brasil? O tempo — esse senhor implacável — nos dirá.