Contas Públicas em Agosto: Déficit de R$ 17,3 Bi Mantém Pressão Sobre as Finanças do Governo
Contas públicas: déficit de R$ 17,3 bi em agosto

O mês de agosto trouxe mais um capítulo preocupante para as contas nacionais. O setor público consolidado — governo federal, estados, municípios e empresas estatais — fechou no vermelho, com um déficit primário que chegou à casa dos R$ 17,3 bilhões. Um número que, convenhamos, não é exatamente pequeno.

E olha que a situação poderia ser ainda pior. Se considerarmos os juros da dívida pública, o rombo nominal dispara para impressionantes R$ 46,9 bilhões. Esses juros, aliás, continuam sendo um verdadeiro pesadelo para as finanças públicas — um ralo que não para de sugar recursos.

Dívida bruta: aquela velha conhecida que não sai do lugar

A dívida bruta do governo geral, aquela que todo mundo fica de olho, ficou praticamente parada no tempo em agosto. Estacionou em 75,7% do Produto Interno Bruto (PIB), praticamente a mesma coisa dos 75,8% de julho. Parece uma notícia boa, né? Mas a verdade é que estabilidade em patamar elevado não é exatamente motivo para comemoração.

Quando a gente vai ver só o governo central — Tesouro, Previdência e Banco Central — a situação também não anima. Déficit primário de R$ 16,8 bilhões em agosto, e um acumulado no ano que já chegou a R$ 67,6 bilhões. Os estados e municípios, pelo menos, tentaram segurar a barra com superávit de R$ 1,1 bilhão.

E o que isso significa na prática?

Bom, vamos ser sinceros: esses números não são apenas planilhas de Excel. Eles refletem, no fim das contas, como está a saúde financeira do país. E a verdade é que o paciente continua precisando de cuidados intensivos.

O Banco Central, que divulgou esses números, mostrou que no acumulado de 12 meses até agosto, o déficit primário já alcança 1,09% do PIB. E se incluirmos os juros? Aí o buraco é ainda mais embaixo: 6,57% do PIB. São números que dão frio na espinha de qualquer economista.

O que me preocupa — e deve preocupar você também — é que essa dança das contas públicas não é um problema abstrato. Mais cedo ou mais tarde, ele aparece no bolso de cada um de nós, seja através de impostos mais altos, seja através de menos investimentos em áreas essenciais como saúde e educação.

Enquanto isso, o governo segue tentando equilibrar as contas numa corda bamba. E agosto mostrou que o equilíbrio ainda está longe de ser alcançado.