
Numa jogada que mistura pragmatismo e um pé atrás com o cenário político atual, Robson Andrade — o homem forte à frente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) — soltou o verbo esta semana sobre um tema espinhoso: as tarifas comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
"Temos que separar o joio do trigo", disparou o empresário, referindo-se à necessidade de tratar as barreiras alfandegárias como questão técnica, não como bola de pingue-pongue ideológica. E olha que, nesse tabuleiro geopolítico, as peças nunca param de se mover.
O X da Questão
O que está em jogo? Basicamente, milhões em exportações brasileiras que esbarram em taxações americanas — do aço ao suco de laranja. Andrade, com a experiência de quem já viu o filme antes, defende um diálogo "a portas fechadas", longe dos holofotes da politicagem.
"Quando misturamos ideologia com planilha de Excel, o resultado é sempre o mesmo: prejuízo", filosofou durante evento em São Paulo, arrancando risos dos presentes. Mas a piada, como se sabe, esconde uma verdade amarga.
Os Números que Não Mentem
- Brasil exportou US$ 31,6 bi para os EUA em 2023
- Setor industrial representa 38% desse montante
- Tarifas médias americanas para produtos brasileiros: 2,3%
Não são cifras para brincadeira, concorda? Principalmente quando o dólar oscila mais que humor de adolescente.
O pulo do gato, segundo analistas ouvidos sob condição de anonimato, está na timing da proposta. Com eleições americanas no horizonte e o Brasil tentando se reposicionar no xadrez global, a CNI parece estar plantando sementes para colher depois da tempestade eleitoral.
E os EUA nisso tudo?
Do outro lado do hemisfério, a Casa Branca enfrenta pressões contraditórias: sindicatos querendo protecionismo, empresas buscando matérias-primas baratas. "É como servir dois patrões com interesses opostos", compara um diplomata aposentado, enquanto ajusta a gravata.
Curiosamente, setores como o agrícola — tradicionalmente protegido nos EUA — começam a ceder espaço para discussões. Será o vento mudando? Ou apenas uma pausa para respirar entre uma crise e outra?
Enquanto isso, nas pranchetas da CNI, os técnicos já riscam possíveis cenários. Alguns otimistas, outros... bem, digamos que exigiriam um milagre econômico. Mas como diz o velho ditado empresarial: "Não se ganha jogo sem chutar a bola".
E você, acha possível desembaraçar esse novelo sem puxar os fios da política? Difícil, né? Mas se tem alguém que pode tentar, são esses malucos do mercado — sempre com um as na manga e outro no bolso.