
O economista e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, afirmou que o Brasil errou ao abandonar o Teto de Gastos e defendeu a retomada da política fiscal como medida essencial para o controle da inflação e a estabilidade econômica do país.
Em entrevista à Veja, Mansueto destacou que a regra, criada em 2016, foi fundamental para conter o crescimento desordenado das despesas públicas e evitar o descontrole das contas do governo. "O Teto de Gastos foi uma âncora importante para a economia brasileira. Sua flexibilização trouxe incertezas e pressionou a inflação", afirmou.
Impactos da flexibilização do Teto de Gastos
Segundo o especialista, a decisão de flexibilizar a regra em 2021, sob o argumento de aumentar investimentos sociais durante a pandemia, acabou gerando efeitos colaterais negativos. Entre eles:
- Aumento da dívida pública;
- Pressão inflacionária;
- Perda de credibilidade do país no mercado internacional.
"Sem um mecanismo claro de controle, o governo tende a gastar mais do que arrecada, o que pode levar a crises fiscais", alertou Mansueto.
Por que retomar o Teto de Gastos?
O economista argumenta que a retomada da política fiscal rígida é necessária para:
- Restabelecer a confiança dos investidores;
- Reduzir os juros no longo prazo;
- Garantir sustentabilidade das contas públicas.
Ele também sugere que o modelo possa ser aprimorado, com ajustes que permitam maior flexibilidade em momentos de crise, mas sem abrir mão do compromisso com o equilíbrio fiscal.
O debate sobre o Teto de Gastos segue aquecido no Congresso e entre especialistas, enquanto o governo busca alternativas para conciliar responsabilidade fiscal e demandas sociais.