Bolsonaro preso: Faria Lima teme outsider em 2026 após prisão do ex-presidente
Bolsonaro preso: mercado teme outsider em 2026

A prisão de Jair Bolsonaro decretada na madrugada de sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, gerou preocupação no mercado financeiro brasileiro. O setor teme que a ausência de um herdeiro político claro do ex-presidente abra espaço para o surgimento de um outsider imprevisível nas eleições de 2026.

Os detalhes da prisão que abalou o mercado

Banqueiros da Faria Lima, em São Paulo, e do Leblon, no Rio de Janeiro, reagiram com surpresa à prisão preventiva de Bolsonaro. A medida foi tomada após tentativa de violação da tornozeleira eletrônica com uso de ferro de solda, aumentando suspeitas de risco de fuga.

O ministro do STF baseou sua decisão não apenas na quebra do equipamento, mas também na mobilização convocada pelo senador Flávio Bolsonaro para uma vigília religiosa em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar em Brasília. A aglomeração de apoiadores no sábado à noite poderia elevar a tensão e serviu como elemento adicional para a medida cautelar.

O temor do mercado financeiro com 2026

A divisão interna da direita, agravada pelo episódio da prisão, criou dúvidas nos bastidores do mercado financeiro. Os banqueiros manifestam preocupação com o enfraquecimento do bolsonarismo tradicional e a possibilidade de surgimento de uma candidatura fora do espectro partidário convencional.

Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, é visto cada vez mais como a aposta prioritária do mercado para evitar turbulências e garantir estabilidade política e fiscal no País. No entanto, a experiência das eleições municipais de São Paulo em 2024 já havia demonstrado o poder dos outsiders.

Pablo Marçal emergiu como candidato competitivo e, apesar do ceticismo do núcleo duro do bolsonarismo, conseguiu atrair apoio significativo de eleitores desse campo, superando expectativas das pesquisas e rivalizando com nomes consolidados como Ricardo Nunes.

O fantasma argentino e a economia brasileira

O episódio da prisão de Bolsonaro, sem que ele tenha definido seu sucessor político para 2026, reforça a vulnerabilidade do campo à direita e acende alerta máximo na Faria Lima. A incapacidade das lideranças tradicionais em unificar o eleitorado desse espectro abre espaço para novas fórmulas eleitorais e candidaturas com perfil radical ou imprevisível.

A convocação de vigílias e manifestações, encabeçada pelo próprio círculo familiar do ex-presidente, expôs o grau de polarização e a dificuldade de reconstruir estratégias de poder dentro do campo conservador.

Um outsider na Presidência, seguindo o modelo de Javier Milei na Argentina, pode provocar impactos profundos na economia brasileira, trazendo volatilidade e instabilidade que preocupam banqueiros e executivos do mercado financeiro. A lembrança do caso argentino é ilustrativa: mesmo com discursos de reformas liberais, a imprevisibilidade institucional trouxe riscos e retração dos investimentos.

No Brasil, cresce a expectativa sobre quem será o verdadeiro antagonista do presidente Lula no tabuleiro eleitoral de 2026, e o suspense só reforça a aposta dos agentes financeiros em nomes que ofereçam previsibilidade e mínima ameaça ao status quo.