
Pois é, não é só no Brasil que as empresas estão no olho do furacão quando o assunto é maquiagem verde. Do outro lado do Atlântico, a renomada Armani acabou de levar uma rasteira das autoridades italianas — e das grossas.
O baque veio forte
Quase 100 milhões de euros. É isso mesmo que você leu. Uma multa que daria para comprar uns bons apartamentos de luxo em Milão. Tudo porque, segundo a AGCM (Autoridade Garante da Concorrência e do Mercado), a gigante da moda estaria enfeitando demais suas práticas sustentáveis.
"Quando você paga caro por um produto de luxo, espera transparência — não conto de fadas ecológico", disparou um dos fiscais envolvidos na investigação, que durou meses.
O que exatamente deu errado?
- Alegações vagas sobre "compromisso ambiental" sem provas concretas
- Uso exagerado de termos como "sustentável" e "consciente" em coleções
- Falta de dados verificáveis sobre redução real de impacto ambiental
Não é de hoje que o greenwashing virou moda no mundo fashion — mas parece que a paciência dos reguladores acabou. E olha que a Armani não está sozinha nessa enrascada. Só no último ano, outras três marcas famosas levaram tapas semelhantes na Europa.
E o consumidor nisso tudo?
Pergunta que não quer calar: como saber se aquela blusa "eco-friendly" realmente merece esse título? Especialistas sugerem ficar de olho em:
- Certificações independentes (tem selo? De quem?)
- Números específicos ("reduzimos X% de água" é melhor que "somos verdes")
- Transparência na cadeia produtiva
"As marcas precisam entender que sustentabilidade virou questão de compliance, não de marketing", alerta a consultora Marina Fonseca, que acompanha o caso. E pelo visto, quem não levar a sério vai continuar sangrando euros em multas.
Enquanto isso, a Armani — que nega as acusações — já anunciou que vai recorrer. Mas a mensagem parece clara: o greenwashing está com os dias contados na Europa. Será que o Brasil vai seguir o mesmo caminho?