
Parecia o casamento perfeito — mas acabou antes mesmo do sim. A tão comentada joint venture entre a Oncoclínicas e a Cedro, que prometia erguer um hospital especializado em oncologia na Zona Sul de São Paulo, simplesmente evaporou. A notícia pegou todo mundo de surpresa, especialmente quem acompanha o setor de saúde.
E pensar que, há menos de um ano, os dois gigantes anunciaram essa parceria com pompa e circunstância. A ideia era construir um centro de referência no tratamento do câncer, algo que faria diferença na vida de milhares de pessoas. Mas os planos ambiciosos esbarraram na realidade — e como!
O que deu errado no meio do caminho?
Segundo fontes próximas ao negócio, as discordâncias começaram nos detalhes operacionais. Você sabe como é — quando duas empresas grandes decidem trabalhar juntas, sempre tem aquela disputa sobre quem manda no quê. Parece que não conseguiram chegar a um consenso sobre a gestão do futuro hospital.
Mas tem mais: o mercado de saúde privada anda meio conturbado. Com os custos subindo e a concorrência aumentando, talvez tenha faltado coragem para seguir adiante com um investimento tão vultoso. Afinal, construir um hospital especializado não é brincadeira — estamos falando de centenas de milhões de reais.
E agora, José?
A Cedro, que já tinha o terreno na Vila Olímpia, vai seguir sozinha no projeto. A empresa garante que o hospital será construído de qualquer jeito, mantendo o foco em oncologia. Já a Oncoclínicas — bem, essa ficou só na vontade mesmo.
O curioso é que as duas partes emitiram comunicados super educados, dizendo que a decisão foi "consensual" e que mantêm "relação respeitosa". Sabe aquele término em que todo mundo diz que vai continuar amigo? Então.
Enquanto isso, os pacientes que esperavam por mais uma opção de tratamento na capital paulista ficam naquele limbo. A promessa de um novo centro de excelência em câncer — que faria toda a diferença no sistema já sobrecarregado — agora depende dos planos solitários da Cedro.
Resta saber se a empresa terá fôlego para bancar sozinha um projeto dessa magnitude. O setor de saúde vive tempos difíceis, e construir um hospital do zero exige não só dinheiro, mas muita expertise. A Cedro tem tradição, claro — mas será que dá conta do recado sem a parceira inicial?
O que me preocupa, francamente, é o timing. Com o aumento dos casos de câncer no Brasil — uma triste realidade —, cada novo centro especializado que deixa de sair do papel representa milhares de pessoas sem acesso ao melhor tratamento. Espero que a Cedro consiga levar adiante esse projeto, mesmo sem a parceria original.
Enfim, o mercado de saúde privada mostra mais uma vez que nem todas as joint ventures sobrevivem ao teste da realidade. E São Paulo, que poderia ganhar um novo polo de excelência em oncologia, segue na espera.