O mercado de trabalho brasileiro registrou uma performance histórica no trimestre encerrado em outubro de 2025, com a taxa de desocupação caindo para 5,4%, o menor nível desde o início da série histórica em 2012. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 28 de novembro.
Queda expressiva no desemprego
O resultado surpreendeu positivamente as expectativas do mercado, que projetavam uma taxa de 5,5%. Na comparação com o trimestre anterior, houve redução de 0,2 ponto percentual, enquanto na base anual o recuo foi de 0,8 ponto.
O número de pessoas desocupadas caiu para 5,910 milhões, representando uma diminuição de 3,4% (207 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e de 11,8% (788 mil pessoas) na comparação anual. Este é o menor contingente de desempregados desde o início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Indicadores positivos do mercado de trabalho
O total de trabalhadores ocupados no país se manteve estável em 102,5 milhões de pessoas, mantendo-se em patamar recorde. O nível da ocupação, que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, ficou em 58,8%.
Um dos destaques positivos foi o desempenho do emprego formal. O número de empregados com carteira assinada atingiu novo recorde, chegando a 39,182 milhões de trabalhadores.
Redução da subutilização da força de trabalho
A taxa composta de subutilização, que engloba desempregados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam e aquelas que poderiam trabalhar mas não procuram emprego por falta de condições, manteve-se em 13,9%, a menor da série histórica da PNAD Contínua.
Os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas recuaram para 4,572 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em abril de 2016.
Estes números contrastam com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou a criação de 85.147 mil novas vagas de emprego formal em outubro, considerado o pior resultado da série histórica.
Contexto econômico e perspectivas
As duas pesquisas são acompanhadas de perto pelos agentes do mercado financeiro por refletirem a tendência do mercado de trabalho em meio à desaceleração da economia e às expectativas de cortes de juros em 2026.
No trimestre anterior, referente aos meses de julho, agosto e setembro, a PNAD havia mostrado taxa de desocupação de 5,6%, indicando uma trajetória consistente de melhora nos indicadores trabalhistas.
Os dados reforçam a resiliência do mercado de trabalho brasileiro mesmo diante do cenário econômico desafiador, com destaque para a formalização recorde e a redução da subutilização da força de trabalho.