
Pois é, não são boas notícias que a gente traz hoje. O tão aguardado boletim do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) chegou, e a imagem que pinta do Acre em julho é, francamente, cinza. O estado viu escorrer pelo ralo nada menos que 1.091 postos de trabalho formais. Um baque e tanto para a economia local, que parecia estar engrenando.
O pior desempenho? Ah, veio do setor de serviços, sem dúvida. Esse setor, que normalmente é um dos motores, simplesmente capotou, respondendo sozinho por 728 demissões líquidas. Quem trabalha no comércio também sentiu o aperto, com um saldo negativo de 234 vagas. A indústria local, sempre numa gangorra, não ajudou muito e deixou de gerar 119 oportunidades.
O Contraponto Inesperado no Setor Público
Mas nem tudo foi desastre. Num movimento que pegou muitos de surpresa — eu incluso —, a administração pública acabou segurando as pontas e até abriu um saldo positivo. Foram 38 novas vagas com carteira assinada. Uma gota no oceano, claro, mas num mar de más notícias, qualquer colete salva-vidas é bem-vindo, não é mesmo?
E a construção civil? Bem, ficou no quase zero a zero. Um saldo praticamente neutro, subindo apenas quatro posições. Nem comemora, nem se joga pela janela.
O Retrato por Trás dos Números
Quando a gente abre o leque e olha quem mais foi afetado, a situação fica ainda mais nítida. Os trabalhadores com ensino médio completo foram os que mais tomaram no queixo, representando a maior fatia dessas demissões. E não foi um ano fácil, longe disso. No acumulado de 2025, o saldo já está negativo em 1.859 vagas. Um número que dói no bolso de qualquer família.
É aquela velha história: um emprego que vai embora é mais do que um número numa planilha; é a conta de luz atrasada, o almoço do fim de semana que vira janta simples, o plano de trocar de celador que vai pro espaço. A sensação é de que a recuperação econômica, pelo menos por aqui, ainda está pisando em ovos.
Os dados, divulgados pelo Ministério do Trabalho, servem como um termômetro cruel da realidade. E no Acre de julho, o clima estava mesmo frio para o trabalhador. Resta torcer — e cobrar — para que os próximos meses tragam um vento mais favorável.