Arquivos de Epstein: esperança e dúvidas para vítimas
A brasileira Marina Lacerda, uma das vítimas do bilionário Jeffrey Epstein, expressou sentimentos contraditórios sobre a decisão do presidente americano Donald Trump de liberar todos os documentos da investigação sobre o caso. Na última quarta-feira (19), Trump sancionou o projeto de lei que determina a divulgação completa dos arquivos.
Processo de cura através da verdade
Em entrevista exclusiva à Deutsche Welle nesta sexta-feira (21), Marina comemorou a medida que trará respostas há muito esperadas. "Para mim, pessoalmente, esses arquivos trarão algumas respostas sobre o que aconteceu comigo no passado na casa de Jeffrey Epstein", declarou a brasileira.
Ela enfatizou que compreender o que ocorreu faz parte fundamental de seu processo de cura. A determinação prevê que os documentos sejam entregues em até 30 dias, oferecendo esperança para ela e outras vítimas.
Questionamentos sobre as motivações de Trump
Apesar da satisfação com a decisão, Marina revelou que as vítimas têm sentimentos contraditórios sobre as reais intenções de Trump. "Trump não queria expor esses arquivos em determinado momento. E então, do nada, ele disse: 'Divulguem os arquivos' e assinou", contou.
A brasileira expressou a perplexidade das vítimas: "E então tivemos que parar um momento e pensar: 'Espere aí, por que ele está divulgando os arquivos de repente?' Ele os alterou?"
O histórico de abusos e a busca por justiça
Marina Lacerda, que foi abusada por Epstein quando tinha apenas 14 anos, já havia revelado em entrevista à ABC News no início de setembro que o bilionário abusava de "até dez mulheres por dia".
Em conversa com o Fantástico no final do mesmo mês, ela relembrou os detalhes do primeiro contato com Epstein: ele pediu que ela e uma amiga tirassem a blusa durante uma sessão de massagem em sua casa.
As vítimas buscam nos arquivos informações sobre os homens influentes e poderosos que estariam por trás da rede de abusos e que, segundo Marina, têm sido protegidos. "As respostas que procuramos nesses arquivos são para os ricos e poderosos, homens influentes que estão por trás disso e que não têm sido mencionados", afirmou.
A brasileira participou de coletiva de imprensa em 3 de setembro de 2025, continuando sua luta por justiça e verdade sobre os crimes cometidos por Epstein e sua rede de contatos.