
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte concluiu o inquérito e indiciou a vereadora Eleika Bezerra (PL) por injúria discriminatória, crime de transfobia, após ofensas direcionadas a uma mulher transgênero. O caso, que ocorreu em março deste ano, ganhou grande repercussão nas redes sociais e reacendeu o debate sobre direitos da comunidade LGBTQIA+ no estado.
O que aconteceu no dia do incidente?
De acordo com as investigações, a confusão começou quando a vítima, uma mulher trans de 23 anos, estava transitando pela Avenida Prudente de Morais, uma das principais vias de Natal. A parlamentar, que estava em seu carro, teria iniciado uma discussão com a jovem após um desentendimento no trânsito.
Testemunhas relataram à polícia que Eleika Bezerra utilizou termos ofensivos e depreciativos, fazendo referência à identidade de gênero da vítima. A jovem, que não teve o nome divulgado, registrou ocorrência na Delegacia Especializada em Homofobia e Crimes por Discriminação (DEHOCD).
Investigação e provas coletadas
O delegado Rodrigo Milanez, responsável pelo caso, destacou que as investigações foram fundamentadas em:
- Depoimentos de testemunhas oculares
- Registros em câmeras de segurança da região
- Provas documentais e materiais
- Laudos periciais
"Conseguimos comprovar através de diversas provas que houve sim a prática de injúria qualificada pela discriminação contra a vítima em razão de sua identidade de gênero", afirmou o delegado em entrevista.
Repercussão política e social
O caso gerou intenso debate nas redes sociais e na assembleia legislativa. Movimentos LGBTQIA+ organizaram protestos em frente à Câmara Municipal de Natal, exigindo a responsabilização da vereadora.
Organizações de direitos humanos comemoraram a decisão da polícia como um passo importante no combate à discriminação no estado. Para ativistas, o indiciamento envia uma mensagem clara de que crimes de ódio não serão tolerados.
A defesa de Eleika Bezerra já se manifestou, afirmando que a vereadora nega as acusações e que irá se pronunciar oficialmente nos próximos dias. O caso agora segue para o Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia contra a parlamentar.