Um episódio de racismo e xenofobia marcou a partida entre Avaí e Remo no último sábado (15), no estádio da Ressacada, em Florianópolis. Uma torcedora do time catarinense foi filmada proferindo insultos graves contra torcedores do time paraense.
O que aconteceu no estádio
Em vídeos que circulam nas redes sociais, a mulher aparece gritando frases como "olha a tua cor" e "vão embora de jegue?" direcionadas aos torcedores do Remo. As agressões verbais incluíam ainda comentários sobre a aparência física e condições financeiras dos adversários.
Além dos xingamentos racistas, a torcedora fez referência ao vídeo viral de Topázio Neto sobre o trabalho da assistência social na rodoviária de Florianópolis, dizendo: "O prefeito não quer aqui em Floripa tu". Um homem que acompanhava a torcedora também participou dos ataques xenofóbicos.
Reação das autoridades e do clube
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) já abriu um procedimento administrativo pela 29ª Promotoria de Justiça da Capital. O MPSC enviou ofício à Polícia Militar e ao Avaí para acompanhar o caso e tomar as providências necessárias.
Em nota oficial, o Avaí Futebol Clube se posicionou de forma contundente: "reitera seu posicionamento de repúdio inequívoco e total à conduta racista e xenófoba". O clube anunciou que está trabalhando para identificar a torcedora e que, uma vez identificada, ela terá seu acesso aos eventos do clube suspenso por tempo indeterminado.
Outros incidentes no jogo
A partida foi marcada por outros episódios de violência além do caso de racismo. Aos 48 minutos do segundo tempo, integrantes de uma torcida organizada do Remo arrombaram um portão e invadiram o espaço destinado aos torcedores do Avaí, agredindo adversários.
Nos arredores do estádio, um torcedor do Remo que entrou por engano em uma rua próxima ao estádio foi surpreendido por um grupo de avaianos, que depredaram seu carro e o agrediram fisicamente.
O Avaí reforçou em seu comunicado que "não basta não ser racista, é preciso ser antirracista" e se comprometeu a promover ações educativas contra todas as formas de discriminação. A Polícia Civil ainda não se manifestou sobre o caso até o fechamento desta matéria.